Conecte Conosco

Notícias Recentes

Alcolumbre conversa com Moraes após limite de Gilmar a pedidos de impeachment

Publicado

em

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), realizou uma ligação para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após a decisão do ministro Gilmar Mendes que restringiu os pedidos de impeachment de integrantes da Corte, estabelecendo que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode iniciar esses processos.

Essa determinação causou desconforto entre parlamentares, que entendem que houve interferência nas prerrogativas do Congresso. Atualmente, qualquer cidadão pode propor o impeachment de magistrados, e há forte pressão no Senado por parte de bolsonaristas contra membros do STF, incluindo o próprio Moraes.

Fontes próximas a Alcolumbre informaram que a ligação com Moraes teve o objetivo de acalmar a situação, pois ambos mantêm boa relação. Além disso, o presidente do Senado fez reclamações diretamente ao deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), autor da ação que originou a liminar.

Alcolumbre recebeu a notícia da decisão enquanto se encontrava na residência oficial do Senado em uma reunião com Paulinho, que também é presidente do Solidariedade e relator de um importante projeto legislativo. A reunião tratava de temas relativos ao Amapá, estado governado pelo partido.

Pouco depois da chegada do deputado, a decisão foi tornada pública. Alcolumbre demonstrou insatisfação tanto com o conteúdo da liminar quanto pelo fato de ter sido fruto de uma iniciativa de Paulinho, com quem mantém proximidade.

Em sua decisão individual, Gilmar Mendes limitou a Lei do Impeachment, de 1950, dificultando o afastamento de ministros da Corte. Na sequência, em sessão plenária, Alcolumbre, responsável por analisar os pedidos contra membros do STF, classificou a decisão como uma “grave ofensa à separação dos Poderes” e prometeu reagir com mudanças legais.

Embora tenha conversado com Moraes, Alcolumbre ainda não falou com Gilmar Mendes. O presidente do Senado permaneceu no plenário durante toda a sessão, que se estendeu até após as 21h.

Gilmar Mendes determinou que somente a PGR pode denunciar ministros da Corte ao Senado por crimes de responsabilidade, e que é necessária a aprovação de dois terços da Casa para abertura e aprovação do processo. A decisão do ministro é provisória e será discutida pelo plenário virtual do STF a partir de 12 de dezembro.

Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Mota (Republicanos-PB) comentou, em tom de brincadeira, com Paulinho que ele deveria evitar circular pelo Congresso para não virar alvo das críticas dos deputados.

A interpretação predominante entre senadores de diferentes partidos é que a liminar interfere diretamente nas prerrogativas do Legislativo, possivelmente associada ao cenário político esperado para 2026, quando o Senado deve ter maior presença de parlamentares alinhados à direita.

A decisão ocorre no momento em que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro se organizam para alcançar a maioria no Senado em 2026, visando retaliar integrantes do Judiciário. Alexandre de Moraes, relator do processo sobre a tentativa de golpe de Estado, é alvo de pedido de impeachment por membros da oposição.

Essa avaliação uniu governistas, independentes e oposicionistas, que passaram a defender uma resposta institucional. Deputados também procuraram Alcolumbre para reforçar que o Congresso precisa reagir ao episódio.

Na noite anterior à divulgação da liminar, Gilmar participou de um jantar com o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) e o líder do MDB na Câmara, Eduardo Braga (AM). Participantes disseram que a pauta do encontro foi geral, sem menção à decisão.

Como consequência, ganharam força no Senado pautas represadas que podem afetar regras do Supremo, incluindo decisões individuais de ministros. Parlamentares relataram que a crise criou um ambiente para priorizar essas matérias como resposta institucional, aproximando grupos normalmente opostos.

Durante quarta e quinta-feira, Alcolumbre também conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes de diversas bancadas sobre os próximos passos da Casa diante da decisão do STF.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados