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Economia

PIB desacelera devido a política monetária rígida

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O Ministério da Fazenda informou nesta quinta-feira que a redução do ritmo do consumo das famílias no terceiro trimestre foi decisiva para o resultado menos animador do Produto Interno Bruto (PIB). A Secretaria de Política Econômica (SPE) ressaltou que essa desaceleração está ligada diretamente aos efeitos da política monetária rígida, que eleva o custo do crédito e limita a capacidade de gastos das famílias.

Segundo dados do IBGE, o PIB cresceu apenas 0,1% entre julho e setembro, após um avanço de 0,3% no trimestre anterior. A SPE destaca que o consumo das famílias — um dos motores da economia — não só desacelerou na comparação trimestral, como também apresentou queda quando comparado ao ano anterior: no segundo trimestre, o consumo das famílias cresceu 1,8%, enquanto no terceiro trimestre esse aumento foi de apenas 0,4%.

“A desaceleração do consumo está ligada ao enfraquecimento dos mercados de trabalho e crédito no terceiro trimestre, resultado dos impactos defasados da política monetária rígida”, aponta a nota técnica. Esta análise ocorre em meio a discussões sobre os próximos passos do Copom e a possível manutenção dos juros elevados por mais tempo.

Para a Fazenda, essa mudança reflete o impacto dos juros altos, que tornam empréstimos, parcelamentos e financiamentos mais caros. Como esses efeitos são graduais, eles se somam e diminuem progressivamente a vontade das famílias de consumir, prejudicando setores dependentes da demanda interna, como os serviços.

Na visão do governo, essa desaceleração fica ainda mais clara porque o crescimento econômico do primeiro semestre de 2025 foi revisado para cima, indicando que a economia vinha crescendo mais rápido do que o previsto inicialmente. Isso torna a desaceleração no segundo semestre mais evidente.

Mesmo com essa perda de ritmo, o PIB subiu 1,8% na comparação anual com 2024, resultado um pouco acima das expectativas do mercado. No entanto, esse índice ficou abaixo das projeções da própria SPE, que estimava 1,9% no comparativo anual e 0,3% na margem.

A Fazenda prevê que o crescimento para o ano deve ficar em torno de 2,2%, sustentado principalmente pelos trimestres anteriores. A pasta também destaca que, enquanto o consumo interno diminuiu, o setor externo impulsionou o PIB, com exportações crescendo mais que as importações.

Fernando Haddad incentiva otimismo e critica previsões econômicas

Durante a 6ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), conhecida como Conselhão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo tem alcançado avanços que justificam uma visão mais positiva, mesmo reconhecendo os desafios existentes.

Ele mencionou que críticas são importantes para aprimorar o trabalho, mas também ressaltou a necessidade de transmitir confiança para mobilizar o Congresso, Judiciário, empresários e consumidores. Citando a empresária Luiza Trajano, disse que é fundamental “vender um pouco de otimismo”.

— Para avançarmos e persuadir o congresso, o judiciário, ministros, governo, empresários e consumidores, precisamos seguir o conselho da Luiza Trajano, que é transmitir otimismo — declarou.

O ministro também comentou que muitas previsões econômicas feitas por analistas frequentemente não se concretizam, destacando a necessidade de aprimorar as estimativas.

Por fim, Haddad afirmou que o governo encerra o ano satisfeito com muitos resultados, insatisfeito com outros, mas confiante de que está entregando um balanço muito relevante.

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