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Exumação de corpo de vítima da serial killer de Guarulhos será feita na Tunísia

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A Polícia Civil de São Paulo solicitou à Justiça a exumação do corpo do tunisiano Hayder Mhazres em seu país natal, a Tunísia. Ele é apontado como uma das vítimas da criminosa Ana Paula Veloso Fernandes, conhecida como a serial killer de Guarulhos, suspeita de ter envenenado o homem.

O corpo de Hayder foi encaminhado à Tunísia a pedido de seus familiares, depois que um exame de sangue realizado no Instituto Médico Legal (IML) não detectou a presença de veneno. No entanto, as autoridades acreditam que a análise das vísceras pode esclarecer a real causa da morte.

A vítima teria sido a última de quatro mortes atribuídas a Ana Paula, conforme a investigação do 1º Distrito Policial de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.

A polícia e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) também indicam que Roberta Cristina Veloso Fernandes, irmã gêmea de Ana Paula, teria auxiliado nos crimes. Ambas estão presas preventivamente.

A Justiça paulista autorizou o pedido da Polícia Civil, que contou com apoio do Ministério das Relações Exteriores e cooperação internacional envolvendo a Embaixada do Brasil na Tunísia e a Polícia Internacional (Interpol) para a exumação.

O documento oficial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) informa que o pedido foi motivado pelo resultado negativo do exame toxicológico inicial, que pode ter sido influenciado pelas circunstâncias do falecimento e o rápido traslado do corpo para a Tunísia.

Laudo toxicológico preliminar e a necessidade da exumação

Os exames preliminares realizados pelo Núcleo de Toxicologia Forense do IML não identificaram substâncias tóxicas ou venenos nas amostras de sangue de Hayder. Contudo, o sangue não é o material ideal para identificar envenenamento; tecidos sólidos e vísceras são mais indicados para tais análises.

Inicialmente, a família se opôs à exumação devido a crenças religiosas, mas posteriormente consentiu com o procedimento.

Contexto dos crimes e relação entre as irmãs

Em depoimentos, Roberta contou que Ana Paula conheceu Hayder através de um aplicativo de relacionamentos e anunciou uma gravidez suposta para ele, supostamente visando coagi-lo a reconhecer a paternidade e garantir estabilidade financeira para ambas.

Após o término do relacionamento e o pedido de aborto por Hayder, as irmãs decidiram encerrar sua vida. A gravação feita por Ana Paula mostrando o estado do tunisiano na UTI indica uma conduta fria, enquanto Roberta comentava sobre o sofrimento da vítima de modo desumanizado.

Antes de morrer, Hayder rompeu a relação e exigiu o aborto, o que levou as irmãs a planejarem o homicídio. Posteriormente, Ana Paula enviou à família da vítima uma foto simulando uma gravidez e mensagens em árabe com tom ameaçador.

Sequência de crimes e prisões

O assassinato de Hayder fechou uma série de quatro homicídios que seguiam um padrão: envenenamento com chumbinho, manipulação emocional e motivação financeira ou material.

A primeira vítima, Marcelo Hari Fonseca, proprietário do imóvel onde as irmãs moravam, foi morta para que elas permanecessem na residência. O corpo foi encontrado em decomposição e o sofá foi queimado para eliminar evidências.

Outra vítima, Maria Aparecida Rodrigues, amiga de Ana Paula, morreu após ser envenenada com bolo e café, como parte de um plano para incriminar o ex-namorado policial militar.

A terceira vítima, Neil Corrêa da Silva, pai de uma amiga, foi morto em Duque de Caxias, RJ, em troca de dinheiro. Roberta teria recebido parte da recompensa e se referia ao crime como ‘TCC’ em mensagens codificadas.

As irmãs foram presas após a polícia monitorar suas comunicações criptografadas, rastrear movimentações suspeitas e cruzar dados bancários. Elas mantinham uma postura fria e organizada, documentando as ações criminosas.

Defesa das irmãs

O advogado Almir da Silva Sobral entrou com pedidos para a soltura e absolvição de Roberta, argumentando ausência de participação nos crimes por parte dela. Também solicitou a retirada dos qualificadores nos homicídios, mas ambos os pedidos foram negados.

Em entrevista, o defensor afirmou que Ana Paula não tinha plena consciência dos atos praticados e não confessou os homicídios, apenas relatou como eles ocorreram.

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