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PCC proíbe roubo de celular em favelas de São Paulo

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Um comunicado do Primeiro Comando da Capital (PCC) estabelece uma proibição rigorosa contra o roubo de celulares e outros pertences dos moradores das favelas e periferias de São Paulo. A mensagem exclusiva, obtida pelo Metrópoles, começou a circular na última terça-feira, 2 de dezembro.

O comunicado inicia ressaltando: “Deixamos todos cientes que a paciência do Primeiro Comando da Capital esgotou-se quanto aos roubos nas quebradas e ao desrespeito aos moradores desses bairros periféricos. São pessoas que enfrentam as mesmas dificuldades que nós.”

“Trata-se de indivíduos simples, trabalhadores, que diariamente batalham enfrentando adversidades e que mantêm dignidade ao sustentar suas famílias. Pessoas que trabalham somente para garantir o sustento, sem direitos, em um sistema governamental opressor”, continua a mensagem.

A facção criminal proíbe especificamente o roubo de celulares, joias, eletrodomésticos, bicicletas, motos, carros e demais bens.

A repercussão da mensagem tem sido especialmente forte na zona sul da capital, notadamente em Paraisópolis, onde a decisão foi bem recebida pelos moradores. Verificações feitas junto à Polícia Civil confirmaram a autenticidade do comunicado, que é dirigido a todas as periferias de São Paulo. A Secretaria de Segurança Pública não se manifestou até o momento da publicação.

PCC atribui roubos a criminosos iniciantes

A facção acusa as novas gerações de criminosos de promoverem roubos de maneira inadmissível até para os próprios criminosos: “Genrações recentes têm feito coisas inaceitáveis até para nós. Temos instruído esses novatos por anos, ensinando que roubar nas quebradas é um erro grave e passível de severas penalidades.”

Segundo o comunicado, em décadas passadas, o crime já aplicava advertências severas a quem oprimia os moradores humildes dessas comunidades.

Controle territorial e regras do PCC

De acordo com a doutora em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade Federal do ABC Paulista (UFABC), Camila Nunes Dias, o Estado tem, de certa forma, delegando o controle de algumas regiões ao PCC. Exemplos dessas normas incluem a proibição da venda de drogas sintéticas na Cracolândia, vetos a manobras perigosas com motos nas favelas e até ordens para evitar conflitos entre torcidas organizadas.

Camila Nunes Dias destaca que o Estado terceiriza para o PCC a regulação e o controle social em muitas áreas, tanto nas prisões quanto nas periferias. Ela observa casos em que o grupo intervém em situações de violência doméstica e outras relações comunitárias.

A mensagem circulante enfatiza a proximidade entre os moradores: “Esses indivíduos são nossos pais, avós, irmãos, filhos, parentes e amigos. Todos fazemos parte da mesma realidade, lutando por um ambiente mais justo e calmo, esquecido pelo Estado.”

Regras para a segurança e consequências

Com a aproximação do final do ano, o PCC reforça a proibição de comportamentos que possam comprometer a segurança, como ruídos excessivos de motores, manobras perigosas e outras atitudes que gerem acidentes ou perturbações.

Quem desrespeitar essas normas deve ser severamente punido pela disciplina interna e pelos responsáveis das próprias comunidades. A disciplina pode envolver até mesmo a própria vida do infrator.

A facção também alerta para membros que incentivem roubos ou fechem os olhos para tais crimes, especialmente aqueles envolvidos com o tráfico que aceitam produtos roubados em troca de drogas.

O comunicado finaliza com uma advertência clara: “Não haverá mais conscientização; a cobrança por desrespeito será rigorosamente aplicada. Este é um aviso para que estejam atentos, pois a disciplina será severa, inclusive com punições de vida.”

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