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Proibição oculta: associação questiona PL sobre mototáxi em São Paulo
Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) expressou críticas nesta sexta-feira (6/12) ao projeto de lei (PL) aprovado em primeiro turno pela Câmara Municipal de São Paulo, que estabelece normas para o serviço de mototáxi via aplicativo na capital paulista. Conforme a entidade, o projeto se configura como uma ‘proibição oculta’ e pode ser inconstitucional, pois impõe condições que inviabilizam a atividade dos motociclistas de aplicativo na cidade.
A entidade também destaca que o PL contraria decisões recentes e unânimes do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que impedem os municípios de proibir esse tipo de serviço.
Entre os aspectos contestados está o credenciamento prévio obrigatório para empresas e motociclistas, cujo prazo de análise pode durar até 60 dias, podendo ser estendido indefinidamente pela Prefeitura de São Paulo. De acordo com a Amobitec, isso permitiria ao município não autorizar funcionamento algum na prática.
Outro ponto criticado é a exigência de que as motos usadas pelos entregadores possuam placa vermelha (categoria aluguel). Segundo a associação, essa regra equipara erroneamente o serviço de entrega por aplicativo ao mototáxi, desconsiderando a legislação federal vigente para plataformas digitais de transporte e entrega.
Resumo da sessão de discussão do projeto
- A discussão do projeto durou mais de oito horas;
- Foi aprovado em primeiro turno com 29 votos favoráveis e 9 contrários;
- Está previsto para segunda votação na segunda-feira (8/12);
- Caso seja aprovado, seguirá para sanção do prefeito Ricardo Nunes;
- Será obrigatório o cadastro prévio na Prefeitura de São Paulo para atuar como mototáxi;
- Exigências mínimas incluem ter 21 anos, 2 anos de habilitação nas categorias A ou AB e não ter cometido infração gravíssima nos últimos 12 meses;
- Deverá ser realizado curso especializado para transporte de passageiros;
- Apresentação de exame toxicológico é requerida;
- Necessário possuir CNPJ ou MEI.
Pressa na aprovação
O projeto foi analisado pela comissão de Transportes na quarta-feira (3/12) e deve ser avaliado em sessão extraordinária da CCJ, seguindo para votação em primeiro turno nesta quinta-feira (4/12). A base governista pretende aprovar o texto também em segunda votação na próxima segunda-feira (8/12).
O ritmo acelerado da tramitação, tema debatido na Câmara há quase um ano, gerou críticas sobre pressa excessiva, o que foi contestado pelo relator da subcomissão, Paulo Frange (MDB).


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