Economia
Correios suspendem bônus natalino de R$ 2,5 mil enquanto esperam decisão da Fazenda
Em meio a dificuldades financeiras, os Correios optaram por não conceder neste ano o bônus natalino de R$ 2,5 mil aos seus colaboradores, um benefício que foi pago em 2024 com base no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A companhia informou seus funcionários sobre a suspensão do pagamento na noite de quarta-feira. Simultaneamente, a estatal aguarda a análise do Ministério da Fazenda para definir os próximos passos nas negociações com as instituições financeiras.
O bônus natalino integra o ACT firmado entre a empresa e seus empregados em 2024 e vinha sendo renovado enquanto a atual administração negociava novos termos. Entretanto, devido à crise e à necessidade de cortes financeiros, a concessão deste benefício foi interrompida, conforme divulgado pela Folha de S. Paulo e confirmado pelo Estadão.
Paralelamente, os Correios esperam a decisão do Tesouro Nacional sobre seu plano de recuperação para retomar as negociações com os bancos para um empréstimo de aproximadamente R$ 20 bilhões. A previsão era de que essa avaliação fosse concluída ainda nesta semana, mas o resultado dessa análise foi adiado para a próxima semana.
Na terça-feira, o Tesouro comunicou à estatal que rejeitará o empréstimo de R$ 20 bilhões caso as taxas de juros ultrapassem 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A oferta dos bancos, conforme apurado pelo Estadão, foi de 136% do CDI, o que levou à recusa da proposta e ao início de uma nova rodada de negociações.
A equipe econômica está estudando uma forma de proporcionar alívio financeiro de curto prazo para a empresa, para que ela possa negociar com os bancos longe de pressões excessivas. Porém, a forma dessa ajuda ainda não foi definida.
Na quinta-feira, 4, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que qualquer eventual apoio do Tesouro respeitará as regras fiscais vigentes.
Déficit bilionário
Os Correios estão em busca da aprovação do empréstimo para enfrentar uma crise financeira sem precedentes. Entre janeiro e setembro deste ano, a companhia registrou um prejuízo de R$ 6,05 bilhões, resultado da combinação de queda nas receitas e aumento dos custos.
Com os recursos do empréstimo, a empresa pretende quitar dívidas no valor de R$ 1,8 bilhão, financiar um programa de desligamento voluntário e investir em projetos que visam recuperar espaço no mercado de encomendas e desenvolver novas fontes de receita.
A estatal também precisa regularizar pendências com seus fornecedores, o que é considerado fundamental pela gestão atual para restaurar a performance no setor de entregas, reconquistar a confiança dos clientes e impulsionar o aumento das receitas.


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