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Pesquisa Datafolha: aprovação do governo Lula permanece em 32%, reprovação é 37%

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A recuperação na popularidade do governo Lula (PT) estagnou conforme o último levantamento do Datafolha, divulgado nesta sexta-feira, que demonstra uma situação estável após semanas de agitação política.

De acordo com o instituto, 32% dos brasileiros avaliam a gestão como ótima ou boa, 30% a consideram regular e 37% a julgam ruim ou péssima — variações dentro da margem de erro em comparação ao levantamento anterior, que apresentou índices de 33%, 28% e 38%, respectivamente.

A pesquisa entrevistou 2.002 eleitores em 113 municípios entre os dias 2 e 4 de dezembro.

O resultado interrompeu a breve melhora observada no início de setembro, quando a aprovação cresceu quatro pontos percentuais comparado a julho.

Nesse período, o Planalto aproveitou circunstâncias políticas fora do governo: o principal opositor, Jair Bolsonaro (PL), já estava em prisão domiciliar e enfrentaria condenação do STF dias após a pesquisa; internacionalmente, Lula polarizava com o então presidente dos EUA, Donald Trump, que havia imposto tarifas ao Brasil, gerando tensão econômica.

O 7 de Setembro, com uma grande bandeira americana na avenida Paulista, intensificou o clima de confronto simbólico e impulsionou a militância a favor do governo.

Desde então, o cenário político mudou. A aproximação entre Lula e Trump, oficializada no encontro de outubro na Malásia, reduziu taxas adicionais americanas e amenizou o conflito.

Enquanto isso, Bolsonaro enfrentou reveses: violou a tornozeleira eletrônica, foi preso em 22 de novembro e teve sua condenação definitiva de 27 anos e três meses pela tentativa de golpe de 2022 confirmada.

Internado na PF de Brasília, cresce a disputa interna por sua sucessão política — seu filho senador Flávio Bolsonaro declara que foi escolhido pelo pai, embora nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) permaneçam em consideração na direita.

Por outro lado, a agenda do governo perdeu força. O governo acumulou derrotas no Congresso, especialmente no Senado, onde a crise com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) — após Lula indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF em vez do preferido Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — desencadeou votações adversas.

Messias busca os 41 votos necessários para aprovação, enquanto Alcolumbre acelerou uma pauta fiscal impactante logo após a indicação, mantendo a tensão entre governo e Senado.

Lula, ainda assim, celebrou um avanço: a isenção do Imposto de Renda para ganhos até R$ 5 mil, anunciada em cadeia nacional no último domingo (30).

Entre eleitores com renda de dois a cinco salários mínimos, a aprovação do governo subiu quatro pontos, uma variação dentro da margem de erro.

No aspecto pessoal, a imagem do presidente continua melhor que a da gestão: 49% aprovam seu trabalho individual, ante 48% na pesquisa anterior; a desaprovação permaneceu em 48%.

Outro evento que influenciou a opinião pública foi a operação policial no Rio que resultou em dezenas de mortes. O episódio forçou Lula a reajustar seus posicionamentos, mostrando divisões internas sobre segurança pública.

A repercussão foi diluída pela ausência de mobilização no Congresso, que está concentrado em suas próprias disputas.

O perfil da aprovação permanece consistente: Lula é mais bem avaliado entre idosos (40%), pessoas com menor escolaridade (44%), nordestinos (43%) e católicos (40%).

As maiores taxas de reprovação ocorrem entre eleitores com ensino superior (46%), renda de 5 a 10 salários mínimos (53%), habitantes do Sul (45%) e evangélicos (49%).

O cenário atual, embora estável, está distante do pico alcançado pelo petista em seus primeiros mandatos — em 2010, ele atingia 72% de aprovação nas categorias ótimo/bom nesse mesmo período. Ainda assim, supera o desempenho do adversário: em 2021, Bolsonaro apresentava 53% de reprovação e apenas 22% de aprovação.

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