Estudantes resgatados após sequestro na Nigéria chegam ao governo local

Cerca de cem estudantes resgatados após serem sequestrados no mês passado em uma escola católica na Nigéria chegaram nesta segunda-feira (8) à sede do governo de Minna, capital do estado de Níger, segundo confirmaram jornalistas da AFP.

O paradeiro de outros 165 estudantes ainda é desconhecido.

Os estudantes da escola Santa Maria, em Papiri, a maioria com idades entre 10 e 17 anos, chegaram em cinco ônibus escoltados por cerca de dez veículos militares e blindados, e foram recebidos pelo governador do estado de Níger, Mohammed Umaru Bago.

A libertação foi anunciada no domingo por uma fonte das Nações Unidas e pela presidência.

Em 21 de novembro, homens armados sequestraram 303 estudantes e 12 professores em um dos maiores sequestros em massa da Nigéria.

Cerca de 50 alunos conseguiram fugir dos sequestradores logo após o ataque. Sequestros em massa são comuns na Nigéria, sendo a maioria realizados por grupos criminosos.

Um dos casos mais conhecidos aconteceu em 2014, quando o grupo jihadista Boko Haram sequestrou 300 alunas em Chibok, no estado de Borno (nordeste). Dez anos depois, o destino de 90 dessas meninas ainda é desconhecido.

A Nigéria, país mais populoso da África, com 230 milhões de habitantes, é dividida entre um norte de maioria muçulmana e um sul predominantemente cristão.

Mohammed Umaru Bago agradeceu ao presidente do país por fornecer os recursos necessários para o resgate dessas crianças e afirmou que os estudantes que ainda estão em cativeiro devem ser libertados em breve.

O sequestro para pedir resgate tornou-se uma atividade organizada e lucrativa, segundo um relatório da consultoria SBM Intelligence, sediada em Lagos.

Em novembro, houve uma série significativa de sequestros que envolveram mais de 400 pessoas na Nigéria, incluindo estudantes muçulmanas, membros de uma igreja evangélica, agricultores, uma noiva recente e suas damas de honra, entre outros, em um período de 15 dias, causando grande comoção no país.