Conecte Conosco

Brasil

Deputado Glauber Braga é retirado à força da presidência da Câmara

Publicado

em

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a cadeira da presidência da Câmara dos Deputados, no plenário da Casa, na tarde desta terça-feira (9), e foi retirado à força por agentes da Polícia Legislativa Federal.

A ocupação foi uma forma de protesto do parlamentar depois que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que levaria ao plenário um pedido de cassação contra o deputado, junto com os processos de Carla Zambelli (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ), condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Vale destacar que os casos são distintos e sem ligação entre si.

Motta também incluiu na pauta a votação de um projeto que reduz as penas dos envolvidos em uma trama golpista.

“Que me tirem desta cadeira e me removam do plenário”, declarou o deputado.

Braga pode perder seu mandato devido a uma agressão que cometeu no ano passado, quando chutou um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), após provocação.

Ao se sentar na cadeira de presidente, Glauber Braga criticou Hugo Motta por sua conduta em agosto, quando deputados da oposição bloquearam fisicamente a mesa diretora do plenário por cerca de 48 horas sem serem retirados ou punidos. Porém, desta vez, menos de uma hora após seu protesto, o deputado foi retirado pela força por agentes de segurança.

A transmissão da TV Câmara, que exibia a sessão ao vivo, foi interrompida imediatamente, e a imprensa foi obrigada a deixar o plenário, sem poder registrar os acontecimentos. Até o momento, não há confirmação se essa decisão partiu de Hugo Motta.

Imagens registradas por deputados mostram o momento em que Braga é retirado à força, sob protestos de aliados parlamentares. Ele foi levado ao Salão Verde, fora do plenário Ulysses Guimarães, com as roupas danificadas, onde concedeu entrevista ao lado de deputados governistas e fez críticas severas à ação.

“O senhor Hugo Motta, que sempre quis parecer como um ponto de equilíbrio entre diferentes forças, mente. Com os golpistas que tomaram a mesa, ele mostrou docilidade; agora, com quem não compactua com eles, usa violência. Os golpistas ficaram 48 horas, eu fiquei poucas horas e já sofreram essa ação”, afirmou Glauber.

“O que ocorre agora é uma ofensiva golpista. A votação da minha cassação e inelegibilidade de oito anos não é um ato isolado. Na mesma pauta, tentam aprovar anistia que pode reduzir a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro para dois anos e manter os direitos políticos de Eduardo Bolsonaro. Quando se perde o mandato por faltas, a pessoa pode continuar elegível”, criticou.

O parlamentar garantiu que seguirá lutando pelas liberdades democráticas até o fim.

“Amanhã [10], haverá a votação da cassação na Câmara. Podem até cassar meu mandato, mas tenham certeza de que até o fim estarei lutando não por mim, mas para que não sejam violadas as liberdades democráticas por um pacote golpista. Hoje me fazem isso, amanhã farão com outros movimentos populares e democráticos, o que é inaceitável”, concluiu.

Em nota nas redes sociais, Hugo Motta afirmou que Glauber Braga desrespeitou a Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo, especialmente por ações repetidas, incluindo ocupação de comissões em greve de fome por mais de uma semana.

“O grupo que se diz defensor da democracia, mas que prejudica o funcionamento das instituições, age da mesma forma que os extremistas que tanto critica. Extremismo não tem lado, pois, para o extremista, só existe o lado dele. Precisamos proteger a democracia contra gritos, gestos autoritários e intimidações disfarçadas de atos políticos. Extremismos desafiam a democracia diariamente, que precisa ser defendida sempre”, afirmou Motta.

Ele ainda declarou que abriu uma investigação para apurar possíveis excessos relacionados à cobertura jornalística do episódio.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados