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Críticas à remoção da imprensa na Câmara

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A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) publicaram nesta terça-feira (9) uma nota na qual condenam a ação de retirada e agressão contra profissionais da imprensa na Câmara dos Deputados, ocorrida na tarde do mesmo dia. As organizações exigem esclarecimentos do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Na tarde em questão, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) assumiu a cadeira da presidência em protesto, depois de Hugo Motta ter anunciado o encaminhamento ao plenário do pedido de cassação do parlamentar. O deputado foi removido à força por agentes da Polícia Legislativa Federal.

A Fenaj e o SJPDF classificaram como extremamente grave o bloqueio ao trabalho dos jornalistas e o cerceamento da liberdade e do direito à informação dos brasileiros. As entidades também ressaltaram a seriedade dos atos de agressão física contra os profissionais de imprensa.

“Não podemos aceitar que atitudes autoritárias, remanescentes de um passado não tão distante da ditadura militar, sejam normalizadas e se repitam em nosso Congresso Nacional – que deveria representar o povo, e não ser palco de ataques aos direitos da população. Mantemos vigilância constante e acompanhamos os desdobramentos deste episódio lamentável e absurdo”, declararam.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) também manifestou sua desaprovação ao ocorrido, destacando que, segundo informações dos principais veículos de notícia, o sinal da TV Câmara foi interrompido às 17h34, no mesmo momento em que os profissionais da imprensa começaram a ser retirados do plenário. Contudo, imagens da ação violenta foram capturadas por outros parlamentares e presentes, rapidamente divulgadas pelos principais portais.

Em comunicado postado no X, Hugo Motta manifestou que ordenou a investigação de possíveis excessos na cobertura da imprensa. “Precisamos proteger a democracia contra gritos, gestos autoritários e intimidações disfarçadas de atos políticos. Extremismos colocam a democracia à prova todos os dias, e é nosso dever defendê-la constantemente. Também estabeleci a apuração de eventuais abusos em relação à atuação da imprensa”, afirmou.

Contexto do incidente

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) assumiu a presidência da Câmara dos Deputados durante a sessão da tarde de terça-feira (9), mas foi forçadamente removido pela Polícia Legislativa Federal.

O ato do parlamentar ocorreu como forma de protesto após a decisão de Hugo Motta de encaminhar ao plenário o pedido de cassação contra ele. Também estavam na pauta processos contra Carla Zambelli (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ), ambos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), embora sem relação direta com sua situação. Além disso, Motta inseriu na pauta a votação de um projeto que visa reduzir as penas dos envolvidos em trama golpista.

Glauber Braga afirmou: “Estou disposto a ser retirado desta cadeira e do plenário”.

O deputado corre o risco de perder o mandato por ter agredido fisicamente, com um chute, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) no ano anterior, após ter sido provocado.

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