Mundo
Preocupação dos verificadores de fatos com restrições de vistos nos EUA
Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN) manifestou séria inquietação diante das informações de que o Departamento de Estado dos Estados Unidos estaria orientando seus funcionários a negar vistos a profissionais que atuam na checagem de fatos e moderação de conteúdos.
Segundo a organização, essa atividade é essencial para o fortalecimento do debate público, não uma forma de censura. Nos EUA, esse trabalho é amparado pela Primeira Emenda, e o país sempre apoiou direitos semelhantes de liberdade de imprensa internacionalmente.
A AFP é integrante da IFCN.
O comunicado veio a público poucos dias após o surgimento de um memorando que instruiria os responsáveis pela concessão de vistos H-1B a recusarem candidatos que tenham envolvimento em atividades que poderiam ser interpretadas como restritivas à liberdade de expressão.
Esse documento orientaria os consulados a averiguar o histórico profissional de solicitantes em busca de envolvimento em combate à desinformação, moderação de conteúdos, checagem de fatos e segurança da informação.
Autoridades do Departamento de Estado não confirmaram oficialmente a existência do memorando.
A IFCN externou preocupação com as consequências que essa orientação poderia trazer para profissionais empenhados em proteger crianças contra exploração, prevenir fraudes e golpes, e combater assédio coordenado online.
Uma imprensa livre e um público bem informado são pilares essenciais para a democracia, destacou a entidade. Políticas que tratam o trabalho pela precisão como causa para desqualificação podem desestimular jornalistas e demais profissionais ao redor do mundo.


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