Colômbia pode oferecer asilo a Maduro se ele deixar o cargo, diz chanceler

A Colômbia está aberta à possibilidade de conceder asilo ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, caso ele aceite renunciar ao poder, afirmou a chanceler colombiana nesta quinta-feira.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, tem defendido uma transição democrática na Venezuela, enquanto as tensões entre Maduro e o ex-presidente americano Donald Trump aumentam.

A chanceler colombiana, Rosa Villavicencio, declarou que o país está disposto a oferecer refúgio ao líder venezuelano se houver um acordo com os Estados Unidos para que ele deixe a presidência.

“Se a condição para sua saída for viver em outro país ou pedir proteção, a Colômbia não recusaria essa solicitação”, afirmou a diplomata em entrevista à rádio Caracol.

Na quarta-feira, Petro afirmou que é o momento para uma ampla anistia e a formação de um governo transitório na Venezuela.

Villavicencio reforçou que essa medida poderia ser uma solução para a crise atual, enquanto os Estados Unidos aumentam a presença militar no Caribe para combater o tráfico de drogas, uma ação que Maduro interpreta como uma tentativa de derrocada.

“Essa é uma decisão que cabe aos Estados Unidos e ao governo Maduro resolverem por meio de negociação”, destacou a chanceler.

Embora tenha oferecido asilo, Villavicencio reconheceu que Maduro talvez prefira um local mais calmo e afastado para viver após deixar o poder.

A posição de Petro, aliado de Maduro e crítico de Trump, contrasta com a concessão do Prêmio Nobel da Paz à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado.

Em novembro, Villavicencio afirmou à Bloomberg que Maduro estava próximo de aceitar uma transição, desde que garantisse que não seria preso posteriormente, porém depois corrigiu suas declarações.

A Colômbia não reconhece as eleições venezuelanas de 2024, em que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato, mas mantém canais diplomáticos com Caracas.