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Comunidade uruguaia onde grupo religioso rejeita vacinas é alertada sobre sarampo
A localidade de San Javier, situada a 365 quilômetros de Montevidéu, é o foco principal dos casos de sarampo no Uruguai, em meio a um aumento nos contágios causado por falhas na cobertura vacinal. Muitas pessoas nascidas após 1967 ainda não receberam as duas doses essenciais para prevenção da doença.
Até o momento, o Ministério da Saúde Pública confirmou sete casos, todos em San Javier. Seis deles envolveram pessoas de diferentes idades que estiveram na Bolívia, onde há uma alta incidência da doença, e residem na Colonia Ofir, área com baixa vacinação por razões religiosas.
O sétimo caso é de um homem de 29 anos, infectado localmente, comprometendo a eliminação do sarampo endêmico que o Uruguai mantém desde 1999. Casos suspeitos estão sendo investigados em várias partes do país.
Washington Laco, prefeito de San Javier, expressou preocupação com a evolução da situação.
Em resposta, houve uma busca intensa por casos suspeitos e uma campanha contínua de vacinação. O sarampo é uma doença séria, transmitida pelo ar através de gotículas de tosse ou fala, mas pode ser prevenida com a vacinação completa.
San Javier inclui o povoado homônimo e as colônias rurais ao redor, onde vivem cerca de 2.500 habitantes. Como precaução, as aulas presenciais foram suspensas e eventos aglomerativos, como festas de fim de ano, foram desaconselhados, segundo Laco.
Uma equipe do Ministério da Saúde iniciou um rastreamento casa a casa no centro populacional para localizar pessoas não vacinadas, com equipes móveis de vacinação aplicando doses nas residências e nas unidades de saúde. Desde o começo da campanha em 20 de novembro, a resposta da população tem sido positiva.
Há tensões locais dirigidas à Colonia Ofir, onde a rejeição à vacinação persiste. Fundada há 30 anos por imigrantes russos e isolada das mídias sociais, essa comunidade religiosa, chamada starovery, preserva práticas antigas e resiste à imunização.
Marcos Chuprov, membro da Colonia Ofir, afirmou que os casos de sarampo não ocorreram no núcleo da colônia, mas sim em membros da comunidade que vivem próximos.
Estudos científicos confirmam que a vacina contra sarampo é segura, sem contraindicações graves e eficaz para grupos recomendados pelas autoridades de saúde, sendo parte essencial do programa nacional de imunização.

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