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Reação da Câmara à Operação da PF

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Parlamentares da Câmara dos Deputados começaram o dia preocupados ao tomarem conhecimento da ação da Polícia Federal dentro da Casa nesta sexta-feira, 12. A operação foi direcionada contra a assessora Mariângela Fialek, apelidada como “Tuca”, gerando um novo sentimento de tensão entre os Três Poderes.

A PF a identifica como parte de uma “estrutura organizada” que agia supostamente sob ordens do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) para distribuir irregularmente as emendas do orçamento secreto.

Alguns deputados descrevem o ambiente no Congresso como tenso. “Certamente muitos estão inquietos com essa ação”, declarou Aluísio Mendes (Republicanos-MA). “É um clima de confronto”, afirmou Luísa Canziani (PSD-PR).

Em conversas reservadas, outros congressistas manifestaram grande insatisfação com o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo caso das emendas na Corte.

Vários parlamentares percebem parcialidade no magistrado, que supostamente atuaria como um intermediário do governo. Alguns enxergam a ação policial como um ataque direto contra Lira. Deputados e lideranças do governo, oposição e Centrão foram consultados pela reportagem.

O sentimento predominante entre os membros do Centrão é que o STF está aproveitando um momento de fragilidade do atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para avançar contra as emendas do orçamento secreto.

Recentemente, apesar dos protestos de Lira, a Câmara transformou a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que parecia certa, em uma suspensão de mandato por seis meses, além de rejeitar a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Parlamentares do Centrão elogiam Mariângela Fialek, descrevendo-a como uma assessora muito respeitada e intermediária dos pedidos tanto de Hugo Motta quanto de Arthur Lira. Ela foi assessora técnica da presidência da Câmara na gestão de Lira e é vista como braço direito dele na viabilização das emendas.

Na gestão de Motta, ela continua atuando de forma similar: um parlamentar encaminha seu pedido através de Motta ou Lira, que depois repassam para ela, que então acompanha o procedimento junto aos ministérios.

Dados coletados pela PF reforçam a suspeita de que recursos públicos eram destinados conforme interesses privados e não em projetos duradouros.

Ao solicitar autorização para as buscas contra a assessora, a Polícia Federal destacou o “incomum desapego à formalidade na formulação orçamentária”.

“Uma anotação manuscrita e rudimentar foi usada para realocar fundos de um município a outro. Infelizmente, essa gestão das emendas secretas, coordenada pela Tuca, assemelha-se a uma conta de padaria. É claro que milhões em dinheiro público eram manejados por comandos verbais, sem qualquer atenção a projetos ou interesses legítimos”, declarou a PF.

Conforme relatos de deputados governistas, o problema não está neles, e a relação entre os poderes deve se deteriorar, embora reconheçam que o Poder Judiciário tem o apoio da opinião pública nesse tema.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP), que critica a falta de transparência, vê com bons olhos operações que promovam maior clareza nos repasses, mas alerta para limitações. “Ainda há repasses sem critérios claros, ocultos sob os nomes dos líderes partidários”, comentou.

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