Economia
BCE planeja euro digital para 2029 com testes em 2027
Piero Cipollone, membro da diretoria executiva do Banco Central Europeu (BCE), comunicou neste sábado que o euro digital deve ser lançado em 2029. Ele explicou que, se as leis necessárias forem aprovadas até o final de 2026, a infraestrutura será criada no primeiro semestre de 2027, possibilitando o início dos testes em setembro do mesmo ano.
Cipollone destacou que não comentaria taxas de juros ou políticas monetárias devido ao período de silêncio antes da próxima reunião do BCE, marcada para a próxima quinta-feira.
Sobre o sistema do euro digital, o diretor afirmou que o BCE não terá acesso a informações pessoais dos usuários, dissipando preocupações sobre vigilância estatal ou controle de gastos. As informações serão criptografadas para impedir que o Banco Central associe pagamentos a indivíduos. A gestão dos dados e o controle contra lavagem de dinheiro continuarão sob responsabilidade dos bancos comerciais, mantendo o atual modelo de relacionamento bancário.
O custo total para implementar o projeto foi estimado em 1,2 bilhão de euros, divididos entre setor público e privado. O BCE espera recuperar esse valor com a emissão da moeda digital.
O sistema bancário europeu terá um custo estimado entre 4 e 6 bilhões de euros ao longo de quatro a cinco anos, o que representa cerca de 3,5% dos gastos anuais do setor em tecnologia da informação, um investimento considerado administrável.
Uma vantagem econômica apontada é a eliminação das taxas de bandeira nas transações feitas com o euro digital, um custo importante atualmente nos pagamentos via cartões internacionais. A legislação em análise sugere que essa economia possa ser parcialmente transferida aos comerciantes, especialmente ajudando pequenos negócios com margens reduzidas.
Acúmulo global de ouro
Cipollone também comentou sobre a tendência crescente de compra de ouro por bancos centrais. Nos últimos três anos, a média anual de aquisição do metal subiu de 400-600 toneladas para cerca de 1000 toneladas.
Ele explicou que essa procura reflete a intenção das autoridades monetárias de manter uma reserva segura contra inflação e riscos financeiros, fortalecendo a confiança nas moedas fiduciárias dentro de um contexto global de incertezas.

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