Produto brasiliense exportado para os EUA que teve tarifa reduzida

Dos 79 produtos fabricados no Distrito Federal e enviados para os Estados Unidos, apenas um está isento das tarifas de 40% que os EUA aplicam aos produtos brasileiros. O único item do DF que não sofreu o aumento tarifário imposto por Donald Trump é o chá verde.

Esse produto representa uma parcela pequena das exportações ao país americano, totalizando US$ 9.750.

Os principais produtos exportados para os EUA são óleos e gorduras, que movimentaram US$ 2.979.089 em 2024. Em seguida, misturas e pastas para produtos de padaria somaram US$ 1.613.933.

A terceira maior exportação foi a de biscoitos, com US$ 909.749 arrecadados no mesmo ano.

Veja a lista de produtos:

A redução tarifária dos Estados Unidos vale para um conjunto limitado de produtos agrícolas brasileiros. No caso das exportações do Distrito Federal, a maior parte dos produtos vem da indústria, como gorduras, óleos, massas para panificação, biscoitos e vestuário, que não foram beneficiados pela medida.

Em entrevista ao Metrópoles, o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar, comentou que o governo brasileiro tem negociado de forma eficaz a pauta das tarifas que atingem os produtos nacionais. Ele acredita que a situação deve melhorar em breve.

“A indústria do Distrito Federal ainda sofre impactos, mas como há uma grande variedade de destinos para os produtos, o efeito das tarifas está concentrado em determinados setores. Continuaremos trabalhando junto à Confederação Nacional da Indústria e ao governo federal para reverter esse cenário”, afirmou Jamal.

Segundo o presidente da Fibra, a entidade apoia as empresas na busca por novos mercados para os produtos que eram exportados aos Estados Unidos, como forma de minimizar a incerteza atual.

Tarifaço

Em julho deste ano, Donald Trump assinou uma ordem executiva que oficializou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.

Na prática, essa tarifa de 50% é composta por uma alíquota inicial de 10% anunciada em abril, somada a 40% adicionais que passaram a vigorar no início daquele mês.

Contudo, o então presidente norte-americano isentou quase 700 produtos dessa tarifa extra de 40%. Entre eles, estão suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro. Esses produtos continuam sujeitos apenas à taxa de 10%.

No Distrito Federal, apenas um produto ficou fora do aumento tarifário de Donald Trump: o combustível para aviação, que representa 9,4% das exportações ao país, equivalente a US$ 739.273.

Medidas tarifárias contra o Brasil

Em julho, a assinatura da ordem executiva por Donald Trump instituiu uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, justificada como resposta a ações do governo brasileiro que a Casa Branca considerou uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia norte-americana.

Essa decisão baseia-se na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa), de 1977, que declara situação de emergência nacional para os EUA em relação ao Brasil.

Em 14 de novembro, o presidente dos Estados Unidos fez uma concessão e assinou uma ordem executiva reduzindo as tarifas aplicadas sobre produtos agrícolas brasileiros.

A medida beneficiou produtos como café, carne bovina e frutas, incluindo açaí, que ainda estavam tarifados em 50%. Essa redução aplicou-se apenas à tarifa recíproca de 10% implementada em abril. A taxa extra de 40%, introduzida em julho, permanecia em vigor até então.

Alguns dias depois, Trump assinou nova ordem executiva zerando as tarifas de 40% para certos produtos agrícolas brasileiros como carne bovina fresca, resfriada ou congelada, produtos de cacau e café, algumas frutas, vegetais, nozes e fertilizantes.

De acordo com o comunicado oficial, a Casa Branca reconheceu que houve “progresso inicial” nas negociações realizadas após diálogo telefônico entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de outubro, o que abriu caminho para revisão da medida punitiva.