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Lupi diz que acertou com Dilma permanência do PDT no Trabalho

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Após sofrer pressão para trocar o comando do Ministério do Trabalho pela chefia da Previdência Social, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou nesta segunda-feira (29) que acertou neste fim de semana com a presidente Dilma Rousseff, por meio de uma conversa telefônica, a permanência de seu partido na mesma pasta que vem administrando desde 2007. Segundo Lupi, o acordo com a Presidência inclui a permanência de Manoel Dias no comando do Ministério do Trabalho.

“Vamos ficar no Trabalho com o Maneco [ministro Manoel Dias]. Conversei com a presidente [Dilma] por telefone no fim de semana”, disse ao o presidente do PDT, que chefiou a pasta do Trabalho entre 2007 e 2011, nos governos Lula e Dilma, e deixou o primeiro escalão sob a suspeita de envolvimento em um esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores.

Em contato com a assessoria do Palácio do Planalto para confirmar a informação do dirigente do PDT, mas a Presidência afirmou que não seria possível comentar a declaração de Lupi.

De acordo com Lupi, a presidente reeleita propôs a ele, na semana passada, o deslocamento do PDT para o Ministério da Previdência. Dilma pretendia liberar a pasta do Trabalho para algum nome indicado pelo PT. A manobra era uma tentativa de compensar os petistas pela perda do Ministério da Educação, que ficará a cargo do governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), a partir de 2015.

Lupi relatou que, no dia em que Dilma ofereceu a troca de ministérios, ele a informou que, antes de tomar qualquer decisão, iria consultar os demais dirigentes da legenda. O ex-ministro disse que, na consulta aos pedetistas, a maioria escolheu continuar na gestão do Ministério do Trabalho.

Diante disso, ele comunicou à presidente da República que sua sigla preferia se manter com o mesmo assento na Esplanada dos Ministérios. No dia em que falou com Lupi pela última vez, Dilma estava na Base Naval de Aratu, no litoral da Bahia, onde foi descansar com a família antes da cerimônia de posse.

A presidente retornou nesta tarde da folga na base militar baiana. A expectativa era de que ela concluísse nesta segunda-feira a reforma ministerial para seu segundo mandato, porém, as dificuldades enfrentadas nas negociações com PT e PDT podem adiar para os próximos dois dias o anúncio dos últimos 22 ministros do novo governo.

Com a negativa do PDT de migrar para a Previdência Social, Dilma deve optar por uma solução caseira para a chefia da pasta. O nome mais cotado para assumir o ministério é o do atual secretário-executivo da Previdência, Carlos Gabas.

Servidor de carreira do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gabas já comandou a pasta interinamente durante oito meses em 2010, último ano de mandato do ex-presidente Lula.

Disputa no PT

Além da resistência dos pedetistas em se deslocarem para outro assento da Esplanada, correntes internas do PT também estão insatisfeitas com a provável confirmação do deputado Pepe Vargas (PT) para o comando da Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional.

Integrante da corrente Democracia Socialista (DS) – minoritária no PT –, Pepe está cotado para substituir Ricardo Berzoini, que deverá ser descolado para o Ministério das Comunicações. Entretanto, petistas da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB) – corrente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – não aceitam que a DS fique no comando de duas pastas com assento no Palácio do Planalto. Além de Pepe, Dilma deve confirmar a indicação do petista gaúcho Miguel Rossetto para a Secretaria-Geral.

Conforme apuramos, a queda de braço entre as correntes petistas gerou desdobramentos na Câmara dos Deputados e até mesmo no PT do Rio Grande do Sul, base eleitoral de Pepe e Rossetto. A bancada federal petista está dividida em torno da possibilidade de os dois nomes da DS assumirem cargos no primeiro escalão.

No PT gaúcho, apesar de a Democracia Socialista comandar regionalmente o partido, a CNB e a corrente Movimento PT, da deputada e ex-ministra Maria do Rosário, cresceram em espaço nos últimos anos, alcançando um situação de equilíbrio com a tendência de Pepe e Rossetto. Na visão de petistas do Rio Grande do Sul, a eventual confirmação dos dois na Esplanada dos Ministérios pode desequilibrar o jogo de forças dentro do diretório.

Fonte: G1

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