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PDVSA denuncia ataque cibernético
A empresa petrolífera estatal da Venezuela, Petróleos de Venezuela (PDVSA), relatou nesta segunda-feira (15) um ataque cibernético com o propósito de interromper suas atividades, em uma ação supostamente organizada por interesses estrangeiros. Este episódio ocorre em meio ao agravamento das tensões com os Estados Unidos, após a confiscação de um navio petroleiro carregado com petróleo venezuelano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, informou na semana anterior que o governo norte-americano havia retido um navio petroleiro na costa venezuelana, medida inédita nessa disputa entre Washington e Caracas, que qualificou a ação como um ato de pirataria internacional.
A estatal declarou em comunicado que, apesar do ataque tecnológico, as operações essenciais não foram comprometidas graças à habilidade da equipe da PDVSA, que assegurou que o ataque afetou apenas o sistema administrativo.
O comunicado acrescenta que os protocolos de segurança estão sendo rigorosamente aplicados para garantir a continuidade das operações da PDVSA, tanto no mercado interno quanto em suas exportações.
A vice-presidente e ministra de Hidrocarbonetos, Delcy Rodríguez, convocou recentemente os trabalhadores do setor petrolífero a manterem-se alertas contra tentativas de sabotagem ou ataques cibernéticos à indústria, solicitando maior vigilância tanto na segurança física das instalações quanto na proteção cibernética.
Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira, a PDVSA repudiou a ação, classificando-a como desprezível e articulada por interesses estrangeiros em conluio com agentes apátridas.
O governo de Donald Trump tem intensificado a pressão sobre a Venezuela nos últimos meses, com uma mobilização naval significativa no Caribe e ações militares contra embarcações acusadas de tráfico de drogas, resultando em quase 90 mortos. Caracas acredita que tais medidas visam derrubar o presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição não é reconhecida por Washington.
Esta apreensão do petroleiro representa um novo capítulo na crise atual.
Segundo as autoridades americanas, o navio transportava petróleo venezuelano e estava sujeito a sanções do Departamento do Tesouro dos EUA desde 2022, devido a ligações supostas com a Guarda Revolucionária do Irã e com o Hezbollah.
O petróleo é o principal recurso da Venezuela, contudo, sofre embargo dos Estados Unidos desde 2019, forçando o país a comercializar sua produção no mercado informal por valores muito inferiores, principalmente para nações asiáticas.

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