Economia
IBGE aguarda verba para iniciar preparação do Censo Agro 2027
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está na expectativa da aprovação de um orçamento de R$ 700 milhões que são essenciais para os preparativos do Censo Agropecuário, que foi adiado e terá sua coleta de dados em 2027. Inicialmente, a preparação estava prevista para 2025 e a coleta para 2026, mas devido à falta de recursos no orçamento federal, o cronograma foi alterado.
“Devido às limitações orçamentárias, tivemos que rever o planejamento. Agora, 2026 será dedicado aos preparativos, iniciando uma fase de cadastro no final desse ano, com a coleta de dados começando em abril de 2027”, explicou Fernando Damasco, coordenador-geral de Operações Censitárias do IBGE.
“O ano de 2025, que seria para preparação, não teve orçamento suficiente para o censo por conta das dificuldades fiscais. Assim, o planejamento foi readequado para 2026 e 2027.”
A pesquisa censitária tem previsão para coletar informações de aproximadamente 5 milhões de propriedades rurais em todo o Brasil. Com o novo cronograma, caso os recursos propostos na Lei Orçamentária Anual sejam liberados, o IBGE começará em outubro de 2026 o cadastro das propriedades para o levantamento de dados online, que continuará em janeiro de 2027. A coleta presencial começará em abril de 2027.
A realização do censo depende da confirmação do orçamento para 2026 e da aprovação de um processo seletivo simplificado para contratar temporários que atuarão na coleta. Por conta do período eleitoral, o IBGE precisa homologar esse processo até julho de 2026 para convocar os aprovados no tempo previsto, sob pena de só poder chamá-los em janeiro de 2027.
“São limitações legais que a instituição enfrenta”, afirmou Damasco. Ele ressaltou que esses dois pontos são fundamentais para que o IBGE consiga realizar a pesquisa.
Os R$ 700 milhões visam custear etapas preparatórias, incluindo testes, contratação de analistas censitários e compra de equipamentos, como cerca de 27 mil tablets.
“Recebemos um indicativo desse montante e entendemos que é suficiente para a preparação, mas não cobre o custo da coleta em si”, destacou Damasco.
Inicialmente, a equipe técnica estimou um orçamento superior a R$ 1,8 bilhão para o ano da coleta, porém ajustes devem ser feitos para equilibrar gastos com a atração e manutenção dos trabalhadores temporários e o aumento de custos como combustível.
Em dezembro último, foi realizado um pré-teste do Censo Agropecuário em seis municípios (Alfenas e Grão Mogol, em MG; Bacabal, no MA; Sobradinho e Juazeiro, na BA; e Nova Friburgo, no RJ). O objetivo foi avaliar logística, metodologia, operação do aplicativo, tempo de aplicação e o entendimento dos entrevistados.
“Esses municípios representam diversas regiões com diferentes biomas, variados tipos de produção e estruturas fundiárias importantes”, comentou Damasco.
A próxima edição do censo investigará com mais detalhes temas como sucessão familiar na produção, perdas por mudanças climáticas, destino da produção municipal e uso de tecnologias, todos incluídos no teste piloto com boa aceitação dos informantes.
“Aguardamos ansiosamente a confirmação dos recursos para 2026 na lei orçamentária. Até o momento, temos uma sinalização no projeto de lei, que ainda será avaliada pelo Congresso Nacional. Esperamos que a verba seja liberada para cumprirmos nosso trabalho, fornecendo dados essenciais para o Brasil”, concluiu Damasco.
Além dos R$ 700 milhões para o Censo Agropecuário, o Ministério do Planejamento destinou outros R$ 30 milhões no orçamento do IBGE para a realização do primeiro censo da população em situação de rua, conforme informou o diretor de Pesquisas do instituto, Gustavo Junger.

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