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Estatais são patrimônio, não problema

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Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, rebateu críticas às empresas estatais nesta segunda-feira (15), afirmando que a privatização nem sempre melhora os serviços públicos. Ela destacou que o governo pretende aprovar em breve um plano para reestruturar os Correios, que enfrenta dificuldades financeiras.

“As estatais não são um peso para a sociedade brasileira. Pelo contrário, são um patrimônio do povo e um ativo fundamental para o desenvolvimento sustentável com responsabilidade econômica, ambiental e social”, afirmou a ministra durante o evento Democracia e Direitos Humanos: Empresas Juntas por um Brasil Mais Igualitário, no BNDES, no Rio de Janeiro.

A ministra observou que as estatais têm sido atacadas recentemente, mas ressaltou sua importância na construção de infraestrutura, integração regional, geração de empregos e na manutenção de capacidades estratégicas como soberania, segurança energética, e inovação. Segundo ela, sem essas empresas, muitos direitos, serviços e oportunidades não existiriam.

Privatização

Esther Dweck criticou a crença de que privatizar sempre resolve problemas, citando o exemplo de São Paulo, onde a empresa privada Enel enfrenta críticas por atrasos na restauração de energia após tempestades, afetando famílias de baixa renda de forma grave.

Correios

A ministra destacou que os Correios passam por dificuldades financeiras, situação agravada por decisões anteriores de incluí-los em listas de privatização, o que bloqueou investimentos. Ela destacou que a estatal cumpre o papel constitucional de oferecer serviço postal universal, o que gera custos significativos.

Esther Dweck informou que o governo trabalha há um ano em um plano de reestruturação para a empresa, que será aprovado em breve, para permitir sua adaptação e continuidade dos serviços.

Investimentos e Gestão

A ministra criticou análises que confundem déficit com prejuízo, explicando que uma empresa pode investir seu caixa, apresentando déficit fiscal, mesmo sendo lucrativa. Ela mencionou que as estatais investiram R$ 12,5 bilhões em 2,5 anos, quase seis vezes o montante investido no governo anterior, evidenciando o potencial dessas empresas.

Compromisso com os Direitos Humanos

O evento também contou com a presença da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, que defendeu a parceria entre empresas e direitos humanos, destacando que as empresas devem ser agentes de transformação para um mundo melhor, com foco na dignidade e democracia.

Iniciativas de Diversidade

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho da Magazine Luiza, falou sobre sua iniciativa de trainee exclusiva para pessoas negras iniciada em 2020, que enfrentou críticas, mas que depois foi reconhecida internacionalmente, refletindo compromisso com a diversidade.

Defesa das Cotas

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, repudiou a aprovação de uma lei em Santa Catarina que proíbe cotas para negros em universidades estaduais, chamando isso de um retrocesso. Ele ressaltou a importância de criar oportunidades para combater a desigualdade e destacou o concurso do BNDES em 2024 que reservou 30% das vagas para negros, com um arquiteto negro sendo o primeiro colocado geral.

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