Economia
Correios oferecem aumento pela inflação para funcionários, mas sem vale-peru
Os Correios tentam encontrar um acordo com seus colaboradores para o novo acordo coletivo de trabalho (ACT). Na última terça-feira, a empresa apresentou uma proposta de reajuste salarial que segue a inflação e fez concessões em outras cláusulas importantes para os trabalhadores, porém, manteve a decisão de não conceder o vale-peru.
A situação financeira delicada da estatal fez com que, anteriormente, fosse sugerido reajuste zero, mas agora o cenário mudou com a nova oferta.
A segunda reunião de conciliação, mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), ocorreu nessa terça-feira. Os sindicatos presentes indicaram insatisfação e rejeição à proposta atual, porém as negociações continuam em andamento.
Já havia ocorrido a primeira rodada de conciliação na segunda-feira, e o TST acompanha as discussões desde a semana passada. O impasse começou em julho, quando terminou o acordo anterior firmado pela administração anterior dos Correios.
Os empregados desejam manter benefícios como adicional de férias de 70%, remuneração dobrada aos finais de semana e o pagamento do vale-peru, que equivale a R$ 2.500,00. Contudo, a empresa alega não ter condições financeiras para manter esses auxílios.
A proposta apresentada na terça-feira prevê um reajuste de 5,13%, com pagamento retroativo a janeiro, a ser efetuado em abril. Além disso, estabeleceu-se que entre julho de 2026 e o mesmo mês de 2027 será aplicado o aumento com base no índice de inflação INPC.
Fontes próximas às negociações apontam que o TST garantiu a conciliação sobre o dissídio. A empresa também aceitou manter o adicional de 70% sobre as férias e o pagamento em dobro dos plantões de fim de semana, além de permitir que os carteiros registrem ponto por exceção até julho de 2026. Entretanto, a resistência permanece em relação ao vale-peru, o que é um entrave para as negociações.
Além disso, foi proposta a prorrogação do prazo para que os trabalhadores analisem a proposta em assembleias nesta terça. Eles decidirão se a aceitam ou se optam pela greve, uma atitude que poderia agravar ainda mais a crise financeira dos Correios.
O TST foi chamado para evitar uma paralisação geral que poderia começar já na próxima terça-feira. Caso os funcionários resolvam entrar em greve, o tribunal poderá determinar medidas para impedir a paralisação total das operações, incluindo multas para os sindicatos que não cumprirem as determinações judiciais.

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