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Papai Noel entrega cadeira de rodas motorizada para menina no Natal

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A carta de Francisca Larissa, 15 anos, estudante da Escola Classe 55 em Ceilândia, continha um pedido que superava o tamanho do papel. Diagnosticada com paralisia cerebral, ela desejava uma cadeira de rodas motorizada para ganhar mais independência. Na terça-feira, 16 de dezembro, seu sonho se tornou realidade.

Francisca consegue se alimentar sozinha, mas precisa de auxílio para outras atividades diárias como o banho, troca de roupa e movimentos. A cadeira motorizada significa muito mais do que mobilidade; é um passo importante para sua autonomia.

Um grupo de aproximadamente 40 voluntários, membros da mesma empresa, adotou a carta da jovem. Essa iniciativa surgiu após os Correios levarem a ação ao prédio sede da organização, facilitando a adoção das cartas.

De acordo com Edylaine Tanaki, voluntária do grupo, a área adotou cerca de 30 cartas, porém a de Francisca era especial e exigia algo a mais. Ela relembra que teve dúvidas devido ao alto valor e especificidade do pedido, mas então pensou: por que não unir várias pessoas para ajudar?

A campanha ganhou força com colegas contribuindo com quantias que variavam de R$ 25 a R$ 1.000. Quando estavam perto de alcançar o valor necessário, surgiu um problema: a cadeira disponível para entrega era quase o dobro do preço previsto, o que chocou os voluntários. Mesmo assim, eles não desistiram.

A solução apareceu quando encontraram uma cadeira motorizada revisada e pronta para uso, com preço dentro do orçamento, em uma oficina especializada. O equipamento foi tecnicamente avaliado e adaptado para as necessidades da Francisca. Além disso, após a compra, a cadeira terá manutenção gratuita durante um ano, incluindo troca de bateria e treinamento para a família sobre o uso do recurso.

Família e apoio

Francisca mora com a tia-avó Ana Maria dos Santos, que há cinco anos assumiu a guarda de sete crianças, vindas do Ceará após decisão judicial. Ana cuida de Alexandra (18), Gabrielle (16), Francisca (15), Dyeycon (10), Benjamin (8) e Rian (6), com auxílio de benefícios sociais e ajuda da filha mais velha.

Ana explica com carinho e simplicidade o ato de acolher tantas crianças: “Muitos perguntavam como tive coragem de adotar tantos depois de criar minha filha, mas era impossível não ajudar.”

Ação na escola

A movimentação na escola envolveu toda a equipe da Escola Classe 55, que participou do projeto depois de mais de dez anos ausente da iniciativa. A escolha da escola é feita pela Secretaria de Educação segundo critérios dos Correios para selecionar as unidades participantes.

Foram entregues 503 presentes aos alunos, complementados por decoração natalina e a presença especial do Papai Noel, celebrado calorosamente por todos.

Kelly Regina, pedagoga, contou que o processo começou com alunos alfabetizados escrevendo cartas e os menores, com apoio dos professores, desenhando e verbalizando seus pedidos.

“Foi um esforço grande, mas recompensador. Vivemos em uma área vulnerável e essa é uma verdadeira ação de inclusão social”, disse ela.

Entre inúmeros pedidos enviados pela Escola Classe, a carta de Francisca encontrou uma equipe disposta a colaborar e realizar seu sonho de Natal.

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