Notícias Recentes
Líder do Comando Vermelho em São Paulo, Bode confirma sua autoridade na facção
Quando o nome de Leonardo Felipe Panono Scupin Calixto, conhecido como Bode, surgiu nos relatórios de investigação em Rio Claro, no interior de São Paulo, ele já havia ultrapassado o papel de mero operador local do tráfico.
De acordo com uma decisão judicial que fundamentou seu pedido de prisão, obtida pelo Metrópoles, o criminoso foi reconhecido formalmente pelo Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, um rito de passagem interno que sinaliza um upgrade em poder e responsabilidades dentro da facção. Como procurado, ele é visto como uma liderança do CV paulista.
De volta ao interior paulista, Bode desempenhou papel essencial na estrutura criminosa local. Investigações indicam que ele era proprietário e distribuidor de drogas preparadas para uso, trabalhando em conjunto com outros suspeitos dentro de uma rede organizada que também abrangia o comércio ilegal de armas.
Conversas capturadas por meio da quebra de sigilo telemático e analisadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) reforçam a ideia de uma organização criminosa com divisão clara de funções e capacidade de coordenação em âmbito regional.
Como reportado anteriormente pelo Metrópoles, a ascensão de Bode se intensificou após a prisão, em maio de 2023, de Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, antigo controlador do tráfico de drogas e armas na região. Bode também lançou e consolidou um conflito contra a facção rival Primeiro Comando da Capital (PCC).
Dinâmica da violência
O Judiciário descreve que, após sua filiação ao CV, Bode espalhou o medo em Rio Claro e cidades vizinhas, organizando homicídios direcionados a membros do PCC, num conflito que ultrapassou o tráfico local e passou a moldar o padrão de violência regional.
A decisão judicial ressalta a gravidade e ousadia do grupo, justificando a prisão preventiva para garantir a ordem pública.
A investigação teve início com informações compartilhadas pela Polícia Civil de Minas Gerais, oriundas da quebra de sigilo de um parceiro de Bode, Lucas Henrique Rocha Pereira, reconhecido como um dos maiores distribuidores de drogas.
Esse conteúdo indicou ramificações no interior paulista, desencadeando uma investigação sobre a atuação da organização em Rio Claro e região.
Bode figura como elo entre o reconhecimento simbólico no Rio de Janeiro e a atuação violenta concreta no interior paulista. O reconhecimento pelo CV não foi apenas simbólico, mas marcou sua ascensão e alterou o cenário do crime organizado em Rio Claro, na região de Campinas.
Herança criminosas e expansão
Magrelo comandava uma quadrilha que se fortaleceu localmente, criando uma estrutura concorrente ao PCC na disputa por território no interior paulista.
Levantamento do Gaeco mostra que a quadrilha agora domina ao menos mais sete cidades do interior: Jundiaí, Sumaré, São Carlos, Pirassununga, Americana, Leme e Louveira.
Fontes policiais relatam que, até julho de 2024, pelo menos sete membros do PCC foram mortos na região, enquanto o grupo de Bode contabilizou três vítimas fatais.
“Bode está alinhado com o Comando Vermelho e assumiu a liderança local. Ele eliminou muitos membros do PCC este ano. As mortes mais recentes são retaliações do PCC. Bode excedeu os limites”, afirmou um policial sob anonimato.
Segundo especialistas, o PCC estaria cedendo territórios menos lucrativos na região devido a sua entrada no tráfico internacional de cocaína, que gera bilhões para a facção.
Após a morte do líder local do tráfico no Rio de Janeiro decretada pelo PCC, o CV acolheu Bode nas comunidades cariocas, garantindo sua proteção e posição estratégica dentro da facção.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login