Economia
França vai rejeitar acordo UE-Mercosul imposto, diz Macron
O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou nesta quarta-feira (17) que a França rejeitará com firmeza a possível aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, planeja assinar no sábado em Foz do Iguaçu, Paraná.
Antes da assinatura, von der Leyen deve obter a aprovação do Conselho Europeu, mas vários países, incluindo França e Itália, consideram que ainda é cedo para decidir, pois as condições para proteger seus agricultores não foram definidas.
“Caso as instituições europeias tentem impor o acordo, a França resistirá fortemente”, afirmou Macron durante uma reunião ministerial, segundo a porta-voz do governo, Maud Bregeon.
Macron está enfrentando pressão para adiar a assinatura do acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – diante da crescente insatisfação e protestos dos agricultores sobre o manejo da Dermatose Nodular Contagiosa (DNC) em bovinos.
O líder parlamentar do partido Os Republicanos, Laurent Wauquiez, destacou que Macron deve empregar toda sua influência para impedir a implementação do Mercosul. A classe política francesa está unida contra o acordo na sua forma atual.
Arnaud Rousseau, líder do principal sindicato agrícola FNSEA, também apelou a Macron para votar contra o acordo caso seja submetido a votação na quinta-feira, dia em que está prevista uma manifestação de 10 mil agricultores em Bruxelas.
Se o tratado for assinado, eles planejam convocar mobilizações para bloquear estradas, fiscalizar importações nos portos e informar a população.
Os agricultores franceses receiam o impacto da entrada massiva de carne, arroz, mel e soja da América do Sul na Europa, produtos mais competitivos devido a normas de produção diferentes, em troca de exportação de veículos e máquinas europeias para o Mercosul.
Especificamente, Paris requer a inclusão de uma cláusula de proteção para evitar desequilíbrios no mercado, a implementação de medidas semelhantes para assegurar que os produtos importados atendam aos padrões ambientais e sanitários da UE, além de controles sanitários mais rigorosos.

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