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Economia

Lula questiona acordo UE-Mercosul devido a resistência da Itália e França

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Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, expressou dúvidas nesta quarta-feira (17) sobre a concretização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

Ele afirmou que se o acordo não for firmado agora, não haverá outra oportunidade durante seu mandato. Segundo Lula, o acordo é mais vantajoso para a Europa do que para o Mercosul e enfrenta dificuldades em sua aprovação, especialmente por conta da resistência da Itália e da França, que enfrentam questões políticas internas.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, declarou que seu país não está preparado para assinar o acordo nos próximos dias, pois ainda estão sendo negociadas salvaguardas para proteger seus agricultores. No entanto, ela mostrou confiança em que o acordo possa ser assinado no início de 2026.

Por sua vez, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que a França se oporá fortemente à adoção do tratado se houver tentativa de imposição por parte das instituições europeias.

A Comissão Europeia, com o suporte da Alemanha, trabalha para obter aprovação dos países membros até o fim do ano. O acordo visa criar a maior zona de livre comércio global, facilitando exportações europeias de veículos, máquinas e bebidas para a América Latina, além de liberar a entrada de produtos como carne, açúcar, arroz, mel e soja do Mercosul na União Europeia.

Apesar da pressão de países como Espanha e Alemanha por uma aprovação rápida, a França mantém suas preocupações quanto ao impacto no setor agrícola e prefere adiar a votação para 2026. Enquanto isso, a Itália negocia salvaguardas adicionais e mecanismos de compensação para seus agricultores.

O acordo enfrenta oposição considerável dos produtores rurais europeus, em especial franceses, que temem não conseguir competir com os produtos sul-americanos por conta da diminuição de tarifas e barreiras comerciais. Sectores agrícolas importante da França têm organizado protestos e pressões políticas contrárias ao tratado.

A resistência da França é antiga, fazendo da Itália uma peça decisiva para o avanço do acordo dado seu peso populacional e influência na União Europeia. Além da oposição de França e Itália, outros países apresentam posições diversas, enquanto o Parlamento Europeu adotou regras mais rígidas para proteger agricultores locais.

A não ratificação do tratado até o final do ano pode comprometer anos de negociações. A próxima presidência rotativa da UE poderá estar menos disposta a priorizar o acordo, e o calendário eleitoral brasileiro de 2026 também adiciona incertezas, na hipótese de mudança de governo.

Este acordo representa uma iniciativa para criar um mercado integrado de cerca de 780 milhões de consumidores, impulsionando as indústrias europeias e sul-americanas e diminuindo a dependência das economias de Estados Unidos e de outros blocos. Além disso, reforça a presença europeia em uma região onde a China já é um player dominante econômico e comercial.

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