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Lula confirma saída de Sabino do Turismo após expulsão do União Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou nesta quarta-feira a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo. Sabino foi expulso do União Brasil por não acatar a determinação do partido de deixar o cargo no governo. O novo ministro será Gustavo Feliciano, filho do deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB).
Fontes do governo com base no Palácio do Planalto afirmam que a nomeação de Gustavo Feliciano decorre de um acordo entre o governo e um grupo do União Brasil comprometido com o apoio à reeleição de Lula no próximo ano. Segundo um membro da direção do União Brasil, essa articulação teve o consentimento do presidente da sigla, Antônio Rueda, e foi fomentada por parlamentares alinhados ao governo federal. Dos 59 deputados do partido, cerca de 20 fazem parte desse grupo.
Um aliado próximo a Rueda revelou que esse movimento já estava em andamento nos últimos dias. Pai do novo ministro, Damião Feliciano é uma figura influente dentro da sigla e atua como vice-líder do Planalto na Câmara.
Segundo um integrante do governo, há uma avaliação interna de que ministros e membros do segundo escalão devem estar alinhados com Lula e votar por sua reeleição em 2026. Isso influenciará a postura de partidos considerados independentes ou que pretendem lançar candidaturas presidenciais no futuro.
Outro parlamentar que acompanhou as negociações afirmou que a escolha de Gustavo Feliciano também tem o apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aliado no estado da Paraíba.
De acordo com assessores de Lula, a saída de Sabino estava prevista e o presidente aguardava o término da COP30, realizada em Belém, para oficializar a decisão. Celso Sabino, deputado licenciado pelo Pará, participou da reunião ministerial desta quarta-feira na Granja do Torto, em Brasília, junto com outros ministros.
No União Brasil, a mudança no comando do Turismo ainda divide opiniões. Alguns membros do diretório nacional, que votaram pela saída do partido do governo e a expulsão de Sabino, manifestam oposição à indicação de um novo nome. Reservadamente, um vice-presidente da legenda revelou que bancadas importantes, como as de São Paulo e Goiás, são contrárias à nomeação.
O aval aparentemente concedido por Rueda à candidatura de Gustavo Feliciano é criticado por membros da executiva do partido. Uma fonte da direção nacional confidenciou que essa mudança de atitude de Rueda é questionável do ponto de vista político e deve enfrentar resistência interna.
Ex-ministro expulso do partido
Em 8 de dezembro, o União Brasil oficializou a expulsão de Celso Sabino após sua recusa em deixar o Ministério do Turismo. A filiação do ex-ministro foi cancelada oficialmente, e o partido também decretou a devolução dos cargos governamentais pelos seus membros até 19 de setembro. Sabino chegou a apresentar uma carta de renúncia, mas permaneceu atendendo a um pedido de Lula durante a realização da COP30, o que motivou a abertura de um processo disciplinar pelo partido.
Além de manter o ministério, Sabino apareceu em eventos ao lado do presidente, o que causou descontentamento na Executiva Nacional do União Brasil. Desde outubro, ele já estava afastado das deliberações internas e foi destituído da liderança regional do partido no Pará.
A decisão do partido de deixar o governo ocorreu após reportagens associando o presidente da legenda, Antônio de Rueda, a suspeitas de ligação com o crime organizado em São Paulo, especificamente com o PCC. Segundo tais reportagens, aeronaves ligadas a Rueda teriam sido utilizadas pelo grupo criminoso. O partido suspeita de vazamentos das operações da Polícia Federal para prejudicar Rueda.
Antônio Rueda negou veementemente ser proprietário das aeronaves e repudiou quaisquer tentativas de associar seu nome a pessoas investigadas por crimes.

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