Economia
Reajuste no IR vai beneficiar a maioria dos professores da educação básica
A isenção do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF) para quem recebe abaixo de R$ 5 mil, além da diminuição do tributo para salários até R$ 7.350, a partir de janeiro de 2026, vai favorecer cerca de 75% dos professores da educação básica, que inclui a educação infantil, ensino fundamental e médio, em escolas públicas e particulares.
Este dado foi divulgado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que destacou que, ao longo de um ano, essa medida poderá equivaler a um 14º salário para esses profissionais.
Mais de 600 mil docentes da educação básica deixarão de pagar o imposto de renda, e pouco mais da metade da categoria ficará isenta de tributos devido à Lei nº 15.270/2025, proposta pelo governo federal e sancionada em novembro pelo presidente Luiz Inácio Lula.
O estudo intitulado O imposto na ponta do giz: efeitos da reforma tributária sobre o IRPF dos docentes da educação básica detalha que a proporção de professores isentos do IRPF aumentará de 19,7% para 51,6% após a reforma, enquanto 21,9% da categoria terão redução na carga tributária, totalizando cerca de 73,5% beneficiados.
O impacto foi calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2022, que cadastra todas as pessoas com carteira assinada ou que atuam sob regime estatutário.
Efeito amplificador na economia
Adriano Souza Senkevics, pesquisador do Ipea, explica que a correção da tabela do imposto de renda, que antes estava defasada em termos de progressividade fiscal (aumento das alíquotas conforme a renda), potencializa esse efeito positivo.
Ele ressalta que os professores representam uma das maiores categorias ocupacionais do país, presentes em todos os municípios, o que permitirá um impacto financeiro distribuído pelas economias locais.
“Quanto maior a renda disponível dos trabalhadores, maior é o consumo e, consequentemente, a arrecadação”, afirmou Senkevics.
Apesar de existir o Piso Nacional do Magistério (atualmente R$ 4.867,77 para uma jornada de 40 horas semanais), os salários variam conforme o município e o estado, de acordo com o plano de carreira de cada secretaria de educação.
Senkevics prevê que em estados como Minas Gerais, Tocantins e Roraima, o percentual de professores isentos poderá saltar de 20% para 60%.
No Distrito Federal, conhecido pelos melhores salários do magistério, a parcela de professores isentos do imposto de renda deve mais que dobrar, aumentando de 10% para 25%.


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