Dólar atinge R$ 5,52, maior valor em quatro meses

Em um dia marcado por instabilidades no cenário financeiro, o dólar ultrapassou R$ 5,50 pela primeira vez desde outubro, alcançando seu maior patamar desde o início de agosto. O mercado acionário também enfrentou queda, com o índice Ibovespa registrando uma aproximação dos 157 mil pontos.

Na quarta-feira (17), o dólar comercial foi vendido a R$ 5,522, representando um aumento de R$ 0,06 (+1,09%). Durante a sessão, a moeda alcançou uma máxima de R$ 5,53 por volta das 14h.

Esta foi a quarta alta consecutiva da moeda norte-americana, que fechou no valor mais alto desde 1º de agosto. Em dezembro, o dólar subiu 3,5%, mas apresenta queda de 10,63% ao longo deste ano.

O mercado de ações viveu um momento difícil, com o índice Ibovespa da B3 fechando em 157.327 pontos, recuando 0,79%. Esse foi o segundo dia seguido de queda para o índice.

Nos últimos dias, fatores internos e externos influenciaram o mercado financeiro. Internacionalmente, o dólar teve um leve aumento frente às principais moedas globais, devido às incertezas sobre as taxas de juros nos Estados Unidos, que foram impactadas pelo relatório que mostrou criação de mais empregos do que o esperado em novembro.

Dentro do Brasil, as negociações relacionadas às pré-candidaturas para as eleições presidenciais no próximo ano afetaram as negociações. Além disso, a falta de clareza sobre o início da redução da taxa Selic pelo Banco Central (BC) também pressionou o mercado.

A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (16), não esclareceu quando o BC começará a baixar a Selic. Taxas de juros elevadas incentivam a transferência de investimentos da bolsa para a renda fixa.

Quanto ao câmbio, o aumento nas remessas de lucros de subsidiárias de empresas estrangeiras para outros países, típico do final do ano, aumentou a demanda por dólares, pressionando o preço da moeda.