Lula cobra coragem da União Europeia para acordo

Ainda sem alcançar um consenso com a União Europeia, os países do Mercosul buscam ampliar suas parcerias comerciais. Em pronunciamento no sábado, dia 20, durante a 67ª Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que há negociações em andamento com nações como Japão e Vietnã.

“Infelizmente, a Europa ainda não tomou uma decisão. Os líderes europeus pediram prazo extra para definição”, declarou Lula, reiterando seu apelo aos líderes europeus. “Sem determinação política e coragem deles, não será viável concluir negociações que já duram 26 anos.”

Inicialmente, a expectativa era formalizar um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia durante a cúpula — evento que também marcou a transferência da presidência rotativa do bloco do Brasil para o Paraguai pelos próximos seis meses. Contudo, a pressão, principalmente do governo francês, adiou um desfecho final.

Lula mencionou ter recebido, na sexta-feira anterior, uma carta dos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, onde ambos expressam a esperança de aprovar o acordo em janeiro.

“Estávamos como o noivo à espera da noiva no altar”, lamentou o presidente do Paraguai, Santiago Peña. “Perdemos uma grande oportunidade.”

O presidente da Argentina, Javier Milei, fez críticas ao Mercosul durante a reunião do bloco, afirmando que a união aduaneira não atingiu seus objetivos e que a burocracia interna atrapalhou acordos como o com a União Europeia.

“O Mercosul foi criado para impulsionar o comércio, aumentar a prosperidade, integrar mercados e melhorar a competitividade das sociedades, mas nenhum desses objetivos centrais foi alcançado”, afirmou Milei. “Não há mercado comum, livre circulação efetiva, coordenação macroeconômica, harmonização normativa real, crescimento relevante do comércio interno ou abertura adequada ao mundo.”

Essas informações foram reportadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.