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PT não deve sempre ligar criminosos a problemas sociais, diz Tarso Genro
Tarso Genro, ex-ministro da Justiça no segundo mandato de Lula, defende a divisão da pasta para recriar o Ministério da Segurança Pública, proposta apresentada em seminário do PT recentemente.
Ele ressalta que sua colaboração anterior para instalação das primeiras Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foi mais fácil, mas hoje é mais difícil, pois “o crime penetrou no Estado”.
Em entrevista, Tarso Genro afirmou que a polícia deve ser firme e agir, inclusive com violência, criticando a proposta de redução da maioridade penal incluída na PEC da Segurança pelo deputado Mendonça Filho (União-PE).
Entrevista na íntegra
Criar Ministério da Segurança sinalizaria atenção do governo ao tema?
Segurança pública deve ser prioridade e não objeto de disputa eleitoral. É preciso uma estrutura específica para suprir a ausência da União, distinguindo segurança pública da segurança nacional.
Houve aprovação popular à megaoperação no Rio, e partidos podem aderir a discurso eleitoral?
O PT não pode apoiar uma polícia que atue promovendo mortes, pois isso remete a regimes opressivos do passado. O partido deve superar a visão de associar sempre criminosos a problemas sociais.
É necessária uma polícia firme contra criminosos armados, mas sem uso arbitrário da força, como aconteceu no Rio.
Fala de Lula sobre traficantes ser ‘vítimas’ foi erro?
Lula quis destacar que traficantes são alimentados por um mercado lucrativo. É importante quebrar essa relação de mercado combatendo a entrada das drogas e realizando trabalho educativo com consumidores.
A legalização das drogas é uma solução?
Deve ser discutida com controle eficaz na entrada das substâncias, caso contrário, a liberalização aumenta os danos.
O PT apoiará redução da maioridade penal na PEC da Segurança?
Tarso Genro considera contraproducente e defende construção de penitenciárias socioeducativas para jovens de 18 a 25 anos, com formação profissional e separados de lideranças criminosas, para reduzir reincidência.
Polícia municipal armada com fuzil é inevitável?
Trocar nome não é problema, mas mudar funções da guarda para armamento pesado é inadequado. Proposta minoritária no PT reflete obrigações político-institucionais ainda não solucionadas e desconhecimento sobre segurança pública.
Dificuldade atual do governo Lula em colaborar com segurança estadual?
O crime organizado tem base política com apoio financeiro do Estado, dificultando colaboração. No Rio, o crime invadiu o Estado, dificultando regime de cooperação.
Discurso de Lula em 2026 deve ser frente ampla ou mais à esquerda?
Deve focar em programa mínimo de defesa da Constituição e aprofundar segurança pública, excluindo partidos ligados à corrupção e proteção ao crime organizado.
Manter Alckmin como vice ou reformular aliança?
Decisão do presidente Lula. Possível analisar alianças regionais para indicar pessoas, mantendo coerência com objetivos do partido.


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