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Austrália homenageia vítimas de ataque antissemita em Sydney

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Os australianos realizaram um minuto de silêncio e acenderam velas neste domingo (21) para lembrar as 15 vítimas do tiroteio em Bondi Beach, ocorrido uma semana após dois homens abrirem fogo contra uma multidão durante a celebração judaica de Hanukkah em Sydney.

Sajid Akram e seu filho Naveed Akram são acusados de serem os responsáveis pelo ataque no domingo anterior em Bondi Beach, um ponto turístico conhecido pelo estilo de vida australiano, cheio de famílias em um dia de sol.

Sajid Akram, de 50 anos, foi morto pela polícia durante o ataque em 14 de dezembro. Naveed, 24 anos, que sobreviveu e está hospitalizado sob custódia policial, enfrenta acusações de terrorismo e 15 homicídios.

As autoridades afirmam que os autores provavelmente agiram sob a influência da ideologia do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Esse evento, um dos mais letais na Austrália nas últimas três décadas, abalou o país. Entre as vítimas estão uma menina de 10 anos e Alex Kleytman, um sobrevivente do Holocausto de 87 anos, que morreu protegendo sua esposa.

Uma semana após os disparos, às 18h47, horário local (4h47 no horário de Brasília), australianos de várias regiões do país realizaram um minuto de silêncio, desde pequenas comunidades rurais até bares nas cidades.

Este dia nacional de reflexão se inspirou na mensagem de Hanukkah, simbolizando ‘a luz na escuridão’.

As bandeiras foram colocadas a meio mastro, e autoridades solicitaram que a população acendesse velas nas janelas em memória das vítimas e em apoio à comunidade judaica.

“Estamos unidos”, afirmou Roslyn Fishall, membro da comunidade judaica de Sydney. “Aproximem-se e abracem os que não conhecem. Vamos promover a paz juntos”, declarou à AFP num memorial improvisado em Bondi Beach.

Reação ao primeiro-ministro

O primeiro-ministro Anthony Albanese, usando uma quipá tradicional judaica, participou de uma vigília na praia de Bondi. No entanto, foi vaiado por alguns participantes e não fez discurso.

O ataque levantou críticas à resposta da Austrália diante do antissemitismo.

“A semana passada tirou nossa inocência e, assim como a grama em Bondi foi manchada com sangue, nossa nação também foi marcada”, declarou David Ossip, presidente do conselho judaico local.

“O que pode ser mais trágico do que vidas perdidas diante de tantos sinais de alerta?”

Os organizadores estimam que cerca de 20 mil pessoas participaram do evento em Bondi.

Debate sobre controle de armas

O ataque provocou um debate nacional sobre o antissemitismo, indignação pela segurança dos judeus australianos e compromissos para reforçar leis contra o ódio, extremismo e posse de armas.

Albanese determinou uma revisão dos serviços policiais e de inteligência para garantir que possuam recursos adequados para proteger os cidadãos após o ataque em Bondi Beach.

Junto ao massacre, surgiram relatos de bravura: banhistas desarmados que enfrentaram os atiradores armados, protegendo familiares e estranhos, e prestaram socorro aos feridos.

O comerciante Ahmed al Ahmed, pai de dois filhos e imigrante da Síria, foi elogiado após vídeo mostrar que ele se abaixou entre carros e conseguiu desarmar um dos atiradores, sendo ferido no ombro durante a ação.

O governo australiano anunciou medidas mais rigorosas para regulamentar a posse de armas e discursos de ódio, prometendo legislações federais mais severas e punições amplas.

Com o crescimento das vendas online de armas e posse privada, muitos australianos questionam a efetividade das leis atuais.

“Essa situação terrível reforça a necessidade de regras mais rigorosas”, disse David Sovyer, 43 anos, em Bondi Beach. Allan McRae, aposentado de 75 anos, pediu o endurecimento das normas sobre armas.

“Se houvesse menor acesso a armas, a chance de esse ataque ocorrer seria menor”, declarou à AFP.

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