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Dep. de Justiça libera milhares de documentos novos sobre Epstein
Pelo menos 8.000 documentos inéditos sobre o caso Epstein foram divulgados nesta terça-feira (23) no portal do Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos, que enfrenta críticas da oposição democrata por suposta demora em liberar os arquivos.
Os materiais recém-liberados incluem centenas de vídeos e gravações, como imagens de segurança de agosto de 2019, quando o condenado Jeffrey Epstein foi encontrado morto em sua cela, segundo análise da AFP.
O Departamento de Justiça disponibilizou quase 11.000 links para documentos online, entretanto, alguns não funcionam.
O Congresso aprovou quase que por unanimidade a Lei de Transparência dos Documentos Epstein (EFTA), que estipula a divulgação total dos arquivos até 19 de dezembro de 2025.
Um coletivo de vítimas do falecido investidor nova-iorquino manifestou que apenas uma pequena parte dos documentos foi divulgada e que essa parte apresenta várias seções excessivamente censuradas sem justificativa clara.
Os coautores da EFTA, os deputados Ro Khanna (democrata) e Thomas Massie (republicano), ameaçaram processar a procuradora-geral Pam Bondi por descumprimento da lei.
“O Departamento de Justiça deve parar de proteger os homens ricos e poderosos que não foram acusados neste caso”, afirmou Khanna, pedindo a publicação de documentos específicos do processo.
Chuck Schumer, líder da minoria no Senado, apresentou uma resolução solicitando ações legais contra o governo pela não divulgação completa dos documentos.
“Trata-se de um acobertamento evidente”, declarou Schumer.
O procurador-geral adjunto, Todd Blanche, explicou que os atrasos são devidos à necessidade de proteger a identidade de mais de mil vítimas de Epstein e negou que estejam favorecendo o ex-presidente Donald Trump, antigo amigo do criminoso.
Durante a campanha presidencial de 2024, Trump chegou a apoiar a liberação dos arquivos, mas depois revogou a posição, alegando que a questão era uma farsa usada politicamente pelos democratas.
Seus apoiadores, bastante interesados no escândalo, rejeitaram a declaração do DoJ no meio do ano de que não foram encontradas evidências novas que justificassem divulgar mais documentos ou abrir novas investigações.
Trump, que cortou relações com Epstein anos antes da detenção e não tem acusações contra ele, acabou cedendo à pressão do Congresso e sancionou em novembro a lei que exige a divulgação dos documentos não sigilosos sob custódia do governo.


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