Inflação preliminar cresce 0,25% em dezembro e alcança 4,41% no ano, diz IBGE

A inflação preliminar registrou aumento de 0,25% em dezembro e totalizou alta de 4,41% ao longo do ano. Esses números fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA), divulgado pelo IBGE nesta terça-feira.

O resultado ficou alinhado com as expectativas dos economistas consultados pela Bloomberg, que previam uma alta de cerca de 0,25% no mês e de aproximadamente 4,41% no acumulado anual.

Sete dos nove grupos pesquisados apresentaram alta em dezembro. O grupo Transporte teve o maior crescimento, com variação de 0,69%.

Passagens aéreas e transporte por aplicativo puxam alta

O aumento do índice em dezembro foi impulsionado principalmente pelos preços das passagens aéreas, que subiram 12,71% em relação ao mês anterior, e pelo transporte por aplicativo, que avançou 9%. Os combustíveis tiveram alta média de 0,26%, com etanol subindo 1,70% e gasolina 0,11%. Por outro lado, gás veicular e óleo diesel caíram 0,26% e 0,38%, respectivamente.

O setor de Vestuário também contribuiu para a inflação do mês, com aumentos nas roupas infantil (1,05%), feminina (0,98%) e masculina (0,70%).

Alimentação e bebidas com variação moderada

O grupo Alimentação e bebidas, com grande peso no orçamento das famílias, teve alta de 0,13% em dezembro. Os alimentos comprados no domicílio registraram queda pelo sétimo mês consecutivo, enquanto a alimentação fora de casa subiu 0,65%, incluindo o lanche (0,99%) e a refeição (0,62%).

Alta anual do café e alimentação fora de casa

No acumulado do ano, o principal responsável pelo aumento da inflação foi o grupo Habitação, que cresceu 6,69%. A energia elétrica residencial, com alta acumulada de 11,95%, contribuiu com 0,47 ponto percentual do índice anual. O segundo maior impacto veio do grupo Alimentação e bebidas, que subiu 3,57%.

Dentro desse grupo, a alimentação fora de casa teve forte influência, com o lanche 11,34% mais caro e a refeição 6,25%. Produtos específicos comprados em mercados também pressionaram o orçamento familiar, como o café, com alta de 41,84% no ano.

Em contraste, o arroz caiu 26%, enquanto leite longa vida e batata-inglesa recuaram 10,42% e 27,7%, respectivamente.

Inflação permanece abaixo do limite da meta

Este resultado, que serve como uma prévia da inflação oficial, indica que o IPCA deverá fechar o ano abaixo do teto da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Portanto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, provavelmente não precisará enviar uma carta justificando o descumprimento da meta de inflação, uma exigência legal quando a inflação ultrapassa o limite estabelecido pelo CMN.