Economia
Ações da Novo Nordisk disparam com aprovação do Wegovy em comprimido nos EUA
As ações da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, conhecida por produzir o Ozempic e o Wegovy, tiveram alta significativa após a autorização das autoridades americanas para a versão em comprimido do Wegovy. Por volta das 10h53 (horário de Brasília), os papéis da empresa subiram 9,31% na Nasdaq Copenhagen, bolsa de valores da Dinamarca.
O novo comprimido, previsto para ser lançado no mercado dos EUA em janeiro de 2026, é crucial para que a marca mantenha sua competitividade, especialmente após um período de perda de espaço no último ano.
Novo Nordisk foi pioneira no crescimento das injeções para perda de peso, após descobrirem que o Ozempic, originalmente criado para tratar diabetes, também auxiliava na redução de peso. A mesma substância ativa do Ozempic, a semaglutida, foi reaproveitada e lançada como Wegovy, um remédio focado no tratamento da obesidade. O sucesso desses medicamentos fez da Novo Nordisk a empresa de capital aberto mais valiosa na Europa.
No entanto, esse domínio começou a ser ameaçado pelo aumento da concorrência, principalmente da rival americana Eli Lilly, e pela oferta de versões mais baratas. Sob a liderança do novo CEO, Mike Doustdar, a empresa adotou medidas para cortar custos e reduzir preços visando reconquistar o mercado.
A Novo Nordisk foi líder no desenvolvimento de medicamentos à base de GLP-1 — que promovem a sensação de saciedade imitando hormônios liberados após as refeições. A empresa lançou o Ozempic nos EUA em 2018 e o Wegovy em 2021, antes dos concorrentes da Lilly, que lançou em 2023 o Zepbound, um medicamento que mostrou resultados superiores em estudos comparativos de perda de peso. Analistas indicam que as vendas do Zepbound podem superar as do Wegovy em 2025.
Além disso, a Novo Nordisk enfrentou escassez de semaglutida, o que permitiu que farmácias de manipulação vendessem versões alternativas com descontos, autorizadas pela FDA durante o período de falta do medicamento. Mesmo com o fim dessa escassez declarado em fevereiro de 2025, ainda existem brechas regulatórias que possibilitam variações nas fórmulas. Estima-se que mais de um milhão de pacientes nos EUA utilizem atualmente versões mais acessíveis desses tratamentos.
Para responder a esses desafios, a empresa lançou o NovoCare, um canal direto ao consumidor nos EUA que oferece descontos significativos para quem paga sem cobertura de planos de saúde, além de tentar uma parceria com a plataforma de telemedicina Hims & Hers, sem sucesso. Nos planos futuros, a Novo Nordisk aposta em uma dose mais alta do Wegovy e continua investindo no desenvolvimento de medicamentos orais, considerados o próximo avanço do setor.
Entretanto, a pressão política para redução dos preços nos EUA permanece um desafio. Em acordo com o governo Trump, Novo Nordisk e Lilly concordaram em diminuir os valores de seus medicamentos para programas públicos como Medicare e Medicaid, além do mercado direto ao consumidor. A empresa alertou que essa medida pode limitar o crescimento global das vendas, mas garantiu contrapartidas regulatórias e comerciais, como análises mais rápidas de novos produtos e isenção temporária de tarifas.
(com Bloomberg)


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