PGR autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aprovou o pedido dos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro para que ele seja internado no dia 24 de dezembro para realizar uma cirurgia para corrigir uma hérnia inguinal bilateral. A operação está prevista para o dia seguinte.

O procedimento foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes após uma perícia feita pela Polícia Federal indicar a necessidade da intervenção médica.

Os defensores do ex-presidente também solicitaram que Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, e dois filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro, o acompanhem durante a internação.

Em comunicado, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou: “A Procuradoria-Geral da República não se opõe ao transporte do detento Jair Messias Bolsonaro ao Hospital DF Star em 24 de dezembro para exames preparatórios e para a cirurgia no dia 25 de dezembro. Também não se opõe à presença dos acompanhantes indicados pela defesa.”

A perícia da Polícia Federal concluiu que a cirurgia é necessária com urgência, porém pode ser realizada de forma eletiva, o que levou o ministro Moraes a determinar que os advogados escolhessem a data mais adequada para o procedimento.

De acordo com os peritos, Bolsonaro sofreu uma lesão em um nervo do tronco em uma cirurgia anterior, o que tem causado soluços frequentes, sendo preciso reparar essa área para cessar as crises.

Uma hérnia inguinal acontece quando parte do intestino ou tecido abdominal se projeta através de um ponto fraco na parede muscular da virilha, criando uma protuberância.

Condições de tratamento e custódia

Para o ministro Moraes, Bolsonaro possui “todas as condições necessárias para receber atendimento de saúde na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal”, onde cumpre a pena de 27 anos e três meses de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

O local de custódia está próximo ao hospital particular onde ele recebe atendimentos emergenciais, inclusive mais próximo do que sua residência habitual, o que garante que não haverá prejuízo em caso de necessidade emergencial de traslado.

O ministro também ressaltou que Bolsonaro descumpriu repetidamente as medidas cautelares que o tinham colocado em prisão domiciliar em agosto, além de ter cometido atos concretos para tentar fugir, o que motivou sua prisão preventiva recentemente.

Entre esses atos está a tentativa admitida por ele mesmo de violar a tornozeleira eletrônica.

O laudo pericial evidenciou que Jair Messias Bolsonaro tentou danificar o equipamento usando solda para abrir a tornozeleira, configurando assim uma tentativa de fuga.