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Centro-Oeste

Líder evangélico acusado de abusar menores

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Gabriel de Sá Campos, 30 anos, está sob investigação pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sob a suspeita de abuso sexual de pelo menos quatro adolescentes frequentadores da Igreja Batista Filadélfia, localizada no Guará 2. Apontado como um “serial estuprador”, encontra-se detido desde sexta-feira (19/12).

Filho do pastor-presidente da igreja, Gabriel atuava voluntariamente como líder do ministério de adolescentes. Em seu canal no YouTube, postava vídeos de pregações em cultos voltados para jovens e também compartilhava gravações cantando músicas religiosas.

Além das funções na igreja, residia no Guará e exercia o papel de assessor.

Investigações da 4ª Delegacia de Polícia revelaram que ele explorava sua posição para acessar e abusar repetidamente de jovens do sexo masculino, utilizando-se da confiança das famílias e da igreja.

Coordenada pelo delegado Herbert Léda, a operação identificou crimes sistemáticos ocorridos nos últimos seis anos. O perfil do acusado mostra manipulação psicológica e planejamento detalhado. Ele ministrava um curso de “integridade sexual” para adolescentes, aproveitando-se para obter informações sobre suas vulnerabilidades emocionais.

Um dos abusos teria ocorrido durante uma festa do pijama na igreja. Ele também convidava vítimas para assistir filmes em sua casa, usando isso como pretexto para cometer os crimes.

Relatos indicam que Gabriel acariciava partes íntimas dos menores, mesmo após pedidos para parar. Alguns jovens se escondiam ou pediam aos pais para sair para evitar as importunações.

Há indícios de até oito outras possíveis vítimas, ainda sob investigação. Até agora, quatro vítimas foram confirmadas, tendo idades que variam entre 10 e 17 anos no momento dos abusos, que não ocorreram simultaneamente.

A Justiça do Distrito Federal decretou a prisão temporária por 30 dias, com possibilidade de prorrogação, além de ordens para busca e apreensão e medidas protetivas para afastamento do investigado das vítimas e da igreja.

Reação da Igreja

Em dezembro de 2024, o pastor presidente, pai do suspeito, minimizou o ocorrido, tratando como “brincadeira” e “ato involuntário”, pedindo sigilo à família. Em uma reunião em novembro, lideranças descreveram os crimes como “mal-entendidos” e sugeriram resolver os problemas internamente, numa tentativa de impedir a investigação policial.

Embora uma carta tenha sido lida afirmando o afastamento do suspeito da igreja, ele continuou frequentando cultos e acessando áreas reservadas.

Relatos apontam intimidações feitas pela mãe do acusado contra menores, acusando-os de falso testemunho e ameaçando processos legais.

A investigação prossegue para ouvir mais vítimas, analisar dispositivos apreendidos e investigar possível conluio ou omissão de autoridades da igreja que sabiam dos fatos desde 2024, mas não acionaram as forças policiais.

Nota da Igreja Batista Filadélfia

A instituição declarou que o investigado não ocupava funções de liderança em 2025 e que nunca foi pastor. A relação familiar não influiu nas medidas disciplinares nem na colaboração com a polícia e Justiça.

A igreja negou tentativas de encobrir os fatos ou desencorajar vítimas e familiares a procurarem as autoridades, ressaltando que o apoio espiritual não substitui a busca pela justiça estadual.

Destacou ainda que o sigilo da investigação e a proteção da privacidade dos menores impedem maior divulgação de detalhes.

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