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CNU: candidatos reclamam da lentidão no preenchimento das vagas

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Um grupo de estudantes aprovados no Concurso Nacional Unificado 1 (CNU1) afirma que, apesar da ampliação do prazo de matrícula, a segunda chamada para os cursos de formação ainda apresenta muitas vagas não ocupadas.

Os candidatos que foram aprovados na primeira etapa do concurso destacam que a situação do cargo de analista técnico de políticas sociais (ATPS) é a mais emblemática: há 64 vagas sobrando, correspondendo a mais de 20% das 293 disponíveis, conforme dados oficiais da Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

Alunos aprovados de diversos estados brasileiros esperam a convocação e afirmam que as vagas restantes já contam com orçamento garantido, não havendo motivo para que esses cargos não sejam preenchidos.

Esta situação tem causado questionamentos por parte dos candidatos da lista de espera, que denunciam descumprimento dos princípios da igualdade, eficiência administrativa, legalidade, formalidade e boa-fé nos atos do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e da Enap.

Alguns aprovados organizados relatam a falta de diálogo com o MGI. “Não conseguimos contato direto com o ministério, apenas em algumas ocasiões via sindicato”, comentou um candidato.

Há receio entre os aprovados de que eles não sejam convocados dentro do prazo de validade do concurso – que, em alguns casos, termina em junho de 2026.

Os interessados na lista de espera esperam ser chamados ainda em janeiro de 2026 e denunciam que funcionários temporários estão sendo contratados para suprir vagas definitivas.

“Estamos bastante preocupados. Fui chamada recentemente, mas minha carreira tem mais de mil pessoas aguardando na lista. Sabemos que a ordem formal de pedidos dos ministérios é de cerca de 940 candidatos. Portanto, convocar 250 não resolve o problema”, relatou uma aprovada que preferiu não se identificar.

Segundo uma comissão, uma das aprovadas teve sua nota alterada após ação judicial, mas sua posição na classificação final ainda não foi corrigida.

Os aprovados ressaltam que, enquanto a primeira turma do curso de formação, realizada entre 22 de abril e 25 de julho de 2025, teve até três chamadas para matrícula, até o momento não houve novas convocações para preencher as vagas restantes.

Na opinião dos candidatos, esse posicionamento é reforçado pela Portaria Enap nº 70 de 26 de novembro de 2025, que estabelece que “a perda da matrícula pelos candidatos não implicará a convocação de novas pessoas para o curso de formação inicial dos cursos do Concurso Público Nacional Unificado”.

Mudança de procedimento e tratamento desigual

Os aprovados afirmam que o CPNU foi lançado em 2024 com o objetivo de racionalizar concursos, otimizar recursos e acelerar o provimento de cargos estratégicos, mas, até agora, isso não ocorreu.

“O edital geral (Edital nº 05/2024) prevê convocações adicionais para assegurar o preenchimento das vagas, inclusive via cadastro reserva”, destacam.

“Na primeira edição dos cursos de formação, essa regra foi aplicada com até três chamadas sucessivas, para evitar vagas remanescentes e garantir eficiência ao certame. O próprio site da Enap reforçava que essa metodologia assegurava justiça no processo seletivo”, argumentam.

Para os candidatos, embora o Edital Específico nº 02 tenha previsto até três chamadas para matrícula na primeira edição, no segundo curso de formação, regido pelo Edital nº 06/2025, essa prática foi abandonada.

“Houve apenas uma convocação e prorrogação do prazo de matrícula, sem novas chamadas da lista de espera, o que difere do procedimento anterior e prejudicou o preenchimento total das vagas, gerando desigualdade entre candidatos em condições semelhantes”, afirmam.

Cargo com maior número de vagas não preenchidas

Entre os cargos que exigem curso de formação, o de analista técnico de políticas sociais chama atenção pelo impacto direto nas políticas públicas. Apesar de candidatos aprovados interessados em ficar no cadastro reserva, 64 vagas permanecem em aberto.

Os candidatos ponderam que a extensão do prazo para matrícula não foi suficiente para preencher totalmente as vagas, já que a convocação foi amplamente divulgada. A ausência de matrícula teria sido uma decisão consciente, justificando assim novas convocações.

O problema, segundo os candidatos, ocorre também em cargos estratégicos como analista de comércio exterior, analista de infraestrutura, especialista em políticas públicas e gestão governamental e analista em tecnologia da informação.

Diante desta situação, os candidatos solicitam que o MGI e a Enap promovam ao menos uma nova convocação da lista de espera, especialmente para o cargo de ATPS, ainda no início de 2026, para que possam participar da segunda turma do curso de formação.

O objetivo é evitar desperdício de recursos públicos, cumprir as regras dos editais e garantir o provimento de cargos essenciais para a formulação e implementação de políticas sociais no país. “A renovação é necessária e prioritária. Este concurso tem apenas um ano de vigência, então precisamos lutar pela sua renovação”, afirmou uma candidata.

O outro lado

O Ministério da Gestão e Inovação foi procurado para comentar as reclamações, mas não se manifestou até a última atualização da matéria. O espaço permanece aberto para eventuais respostas.

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