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Centro-Oeste

Suspeito de abusos em igreja pode ter até 12 vítimas

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A 4ª Delegacia de Polícia investiga outras oito possíveis vítimas do Gabriel de Sá Campos, de 30 anos, suspeito de abusar sexualmente de ao menos quatro adolescentes da Igreja Batista Filadélfia, no Guará 2.

Gabriel usava sua posição de liderança no ministério dos adolescentes para acessar as vítimas, explorando a confiança das famílias e cometendo abusos recorrentes e planejados contra jovens do sexo masculino.

A gravidade do caso aumentou com a possível identificação de oito outras vítimas. Os adolescentes passam por oitiva, o que pode aumentar o número de casos confirmados.

Gabriel está preso temporariamente desde 19/12, suspeito de estupro de vulnerável.

A Polícia Civil identificou quatro vítimas, todas do sexo masculino, com abusos iniciados entre 10 e 16 anos.

Modo de agir

A operação, coordenada pelo delegado Herbert Léda, mostrou um padrão de crimes por pelo menos seis anos na igreja.

Gabriel manipulava psicologicamente as vítimas usando sua função de instrutor de curso de “integridade sexual” da igreja e coletava informações íntimas sobre vulnerabilidades emocionais dos adolescentes.

Um abuso ocorreu na igreja, durante uma festa do pijama que ele organizou. Ele também levava as vítimas para assistir filmes em sua casa, onde cometia os crimes.

Relatos indicam que Gabriel tocava nas partes íntimas das crianças, que tentavam parar, mas ele persistia. Alguns se escondiam ou pediam para os pais buscarem eles.

As vítimas não eram ao mesmo tempo; Gabriel criava laços com um adolescente, abusava, depois se aproximava de outro jovem.

Os crimes ocorreram desde 2019. Uma vítima já é maior de idade.

A Justiça decretou prisão temporária de 30 dias, com possível prorrogação, buscas e quebras de sigilo, além de medidas protetivas como afastamento das vítimas e das funções religiosas.

O delegado afirmou que a Polícia Civil está comprometida em proteger crianças e adolescentes e investigar rigorosamente crimes sexuais contra vulneráveis, independentemente do contexto social, religioso ou familiar.

Reação da igreja e família

Em dezembro de 2024, o pai do suspeito, presidente da igreja, minimizou o caso como “brincadeira” e pediu silêncio à família.

Em reunião da liderança em novembro, um diácono classificou os crimes como “mal-entendidos” e pediu sigilo, tentando impedir a investigação.

Gabriel alegou que se afastaria da igreja, mas continuou frequentando cultos e acessando áreas restritas.

A mãe do suspeito confrontou menores e ameaçou processar famílias, acusando-os de falso testemunho.

A investigação continua para ouvir outras vítimas, analisar dispositivos eletrônicos, apurar possíveis ameaças e omissões por parte da liderança religiosa que sabia dos casos desde dezembro de 2024 e não acionou a polícia.

Posição da Igreja Batista Filadélfia

A igreja declarou que o investigado não atuava mais em funções de liderança em 2025 e nunca foi pastor.

Esclareceu que a relação do investigado com o pastor presidente não interferiu nas medidas disciplinares ou na colaboração com a polícia e justiça.

Refutou alegações de encobrimento ou desestímulo às famílias para buscar autoridades, reforçando que a igreja incentiva buscar a justiça estatal.

Por fim, a igreja afirmou prezar pela precisão das informações e proteção da comunidade, e ressaltou que o sigilo da investigação policial impede divulgar detalhes adicionais.

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