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Estados Unidos aplicam sanções a líderes europeus por controle tecnológico

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O governo dos Estados Unidos, sob a gestão do presidente Donald Trump, anunciou na terça-feira (23) punições contra cinco figuras europeias que apoiam regras rígidas para a tecnologia e o enfrentamento da desinformação digital, incluindo o ex-comissário francês Thierry Breton.

Essas pessoas tiveram entrada barrada nos Estados Unidos, devido a atos que o Departamento de Estado caracteriza como uma forma de ‘censura’ que prejudica os interesses americanos.

“Durante muito tempo, os ideólogos europeus lideraram esforços coordenados para pressionar as plataformas americanas e penalizar opiniões americanas contrárias às suas”, criticou o secretário de Estado, Marco Rubio, na rede social X.

“A administração Trump não aceitará mais essas ações extremas de censura que ultrapassam fronteiras”, acrescentou.

A medida mira especialmente Thierry Breton, o antigo comissário europeu do Mercado Interno, que liderou a regulamentação digital na Europa. Breton entrou em conflito com empresários do setor tecnológico, como Elon Musk, devido à aplicação de normas da União Europeia.

O Departamento de Estado descreve Breton como ‘o cérebro’ por trás da Lei de Serviços Digitais (DSA, sigla em inglês), legislação que estabeleceu regras para moderação de conteúdo e proteção de dados nas redes sociais principais.

Breton ironizou na rede social X sobre uma possível retomada do macarthismo, aludindo à caça às bruxas anticomunista nos EUA dos anos 1950, e lembrou que a DSA foi aprovada por unanimidade pelo Parlamento Europeu e pelos 27 países membros da UE.

Os demais atingidos pela proibição nos Estados Unidos são representantes de ONGs voltadas contra o ódio e a desinformação online, do Reino Unido e da Alemanha.

Essa lista inclui Imran Ahmed, fundador do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH), que entrou na mira de Elon Musk após a aquisição do Twitter, agora chamado X.

Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon, da ONG alemã HateAid, também são um alvo da proibição. Segundo o Departamento de Estado, essa organização apoia a implementação da DSA.

Por fim, Clare Melford, que lidera a organização Global Disinformation Index (GDI), também foi sancionada.

O vice-presidente da Comissão Europeia e comissário de Estratégia Industrial, o francês Stéphane Séjourné, declarou no X que “nenhuma penalidade silenciará a soberania dos povos europeus”.

Ele expressou solidariedade ao seu antecessor, Thierry Breton, enfatizando que ele atuou em prol do interesse europeu, conforme o mandato recebido pelos eleitores em 2019.

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, reforçou que os europeus são livres para definir suas próprias regras no ambiente digital e não permitirão imposições externas.

Conflito

Desde o retorno à Casa Branca em janeiro, Trump tem intensificado ações contrárias às normas europeias que regulam plataformas tecnológicas, como as regras para notificação de conteúdos inapropriados, que Washington vê como uma ameaça à liberdade de expressão.

A União Europeia detém uma das legislações mais rigorosas do mundo para controlar o ambiente digital.

O governo americano reagiu contra a multa de 140 milhões de dólares aplicada pela UE à rede social X, vista por Rubio como um “ataque contra todas as plataformas americanas e seus usuários”.

Em termos gerais, a Europa está na mira do governo republicano. Na sua nova Estratégia de Segurança Nacional, Washington menciona uma possível crise civilizacional no continente europeu.

Além disso, Washington critica duramente entidades europeias que enfraquecem a liberdade política e a soberania, as políticas de imigração e até o declínio nas taxas de natalidade.

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