Centro-Oeste
Religioso acusado de abusar de fiéis já perturbava adolescentes em escola
Rafael Maia Carlos Fonseca, de 49 anos, está sendo investigado por utilizar a religião como um meio para abusar sexualmente de mulheres. Ele também é suspeito de ter importunado adolescentes em uma escola particular de Águas Claras, Distrito Federal, onde lecionava filosofia. Rafael foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em 24 de dezembro.
Além dos relatos públicos nas redes sociais, uma ex-aluna de Rafael forneceu seu testemunho. Ela relatou que, quando tinha 14 anos, foi molestada pelo professor durante as aulas. Segundo ela, ele levava a turma para o auditório para assistir a um filme e aproveitava a escuridão e a distração para tocar algumas alunas sem consentimento. A jovem revelou que, em um desses momentos, acordou assustada ao sentir as mãos do professor nos seus seios e pernas, além de ser beijada à força.
A garota, amedrontada, não entendeu plenamente que havia sofrido abuso no momento. Além da juventude da vítima, a relação de autoridade do professor sobre os alunos aumentava a gravidade da situação. Após o fim do filme, o professor pediu para conversar com a jovem isoladamente, acompanhada apenas de uma amiga, e a beijou à força, agindo como se nada tivesse ocorrido em seguida.
A vítima não registrou queixa policial à época, mas as alunas criaram um blog para relatar casos semelhantes dentro da escola, o que culminou na demissão de Rafael.
A PCDF também descobriu que Rafael Maia Carlos Fonseca mantinha uma instituição religiosa e se aproveitava da confiança e fé das mulheres que frequentavam o local para abusar delas. Ele afirmava incorporar uma entidade espiritual chamada “Malunguinho”, exigia que as vítimas tirassem suas roupas, aplicava um pó nelas e lhes oferecia bebida alcoólica.
Os abusos aconteciam de maneira gradual e invasiva, causando constrangimento, medo e sofrimento emocional nas vítimas. A operação policial teve como objetivo responsabilizar Rafael e coletar evidências para confirmar as denúncias existentes e identificar outras possíveis vítimas.
A delegada-chefe da Deam I, Adriana Romana, orienta que mulheres que tenham sofrido abusos semelhantes devem procurar a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I, registrar ocorrência pela delegacia eletrônica ou visitar a delegacia mais próxima. Denúncias também podem ser feitas pelo telefone 197, com garantia de sigilo.


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