Ex-policial usava viatura para extorsão e perdeu aposentadoria

O ex-policial civil que teve sua aposentadoria cancelada por decisão judicial no Distrito Federal, Edilson Cordeiro Rodrigues, fazia parte de um grupo de policiais que extorquia motoristas que dirigiam veículos irregulares, ameaçando não prendê-los em flagrante.

Rodrigues, apelidado de “Gato Seco”, tinha acesso privilegiado aos sistemas da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para obter informações sobre veículos irregulares e utilizava viaturas policiais para extorquir as vítimas.

Edilson Cordeiro Rodrigues e o ex-policial militar Vicente Alves do Nascimento foram presos na Operação Curió, em 2013, e denunciados pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

Após identificar os veículos, contavam com a ajuda de Vicente Alves do Nascimento, expulso da polícia por homicídio, para abordar os motoristas armado e em viaturas oficiais, exigindo dinheiro para não realizar a prisão em flagrante.

Em 2016, foram condenados pelos crimes de concussão, sendo Edilson Cordeiro Rodrigues sentenciado a 8 anos e 5 meses de prisão, Vicente Alves do Nascimento a 10 anos e 11 meses, e o ex-PM José Francisco da Silva a 9 anos.

Integrantes adicionais da quadrilha incluíam Rafael Esmael do Nascimento e Paulo Chaves, este último falecido, o que extinguiu o processo contra ele.

Além da perda dos cargos, os envolvidos foram multados em cerca de R$ 331 mil, referente às remunerações recebidas enquanto estavam ativos.

Aposentadoria cassada

Em maio de 2024, Edilson Cordeiro Rodrigues foi preso novamente, sob suspeita de ter sido contratado para agredir um homem pessoalmente ligado a um empresário, o que resultou no cancelamento de sua aposentadoria por determinação judicial publicada no Diário Oficial do Distrito Federal em 24 de dezembro de 2024.

Na época lotado como policial civil, ele recebia um salário mensal de R$ 5.729,79, conforme dados do Portal da Transparência.

A prisão ocorreu após uma investigação conduzida pela 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia, que apurou que Rodrigues e outro policial civil aposentado, não identificado, estariam envolvidos na agressão contra o homem mencionado.