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Japão aprova orçamento recorde para defesa e previdência

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O governo japonês aprovou nesta sexta-feira (26) um orçamento recorde para o próximo ano fiscal, destinado a aumentar os investimentos na Defesa e cobrir os altos custos da Previdência Social, em meio a um cenário de inflação persistente.

O orçamento, que totaliza 122 trilhões de ienes (equivalente a 781 bilhões de dólares ou 4,32 trilhões de reais) para o exercício fiscal a partir de abril de 2026, destina quase 9 trilhões de ienes para a Defesa. A primeira-ministra Sanae Takaichi busca acelerar a modernização militar do Japão diante da crescente tensão com a China, conforme comunicado do Executivo.

As relações entre essas duas potências asiáticas vêm se deteriorando nos últimos meses, especialmente após declarações de Takaichi sugerindo que o Japão poderia agir caso Pequim ataque Taiwan, uma ilha democrática que a China reivindica e não descarta retomar pela força.

O Ministério da Defesa avaliou recentemente que o Japão enfrenta o ambiente de segurança mais desafiador desde o fim da Segunda Guerra Mundial, reforçando a necessidade de fortalecer significativamente suas capacidades militares.

No orçamento, estão previstos 100 bilhões de ienes para o projeto costeiro denominado “SHIELD”, que mobilizará drones para responder a uma possível invasão estrangeira. O governo planeja concluir a instalação do sistema até março de 2028, embora sem especificar a área costeira beneficiada. O montante aprovado é superior aos 115 trilhões de ienes do orçamento vigente.

Os mercados financeiros demonstraram preocupação com os altos gastos planejados pelo governo Takaichi, que podem aumentar ainda mais a dívida pública japonesa, estimada em mais de 232% do PIB em 2025, segundo o FMI.

Em dezembro, o Parlamento aprovou um reforço orçamentário expressivo para financiar um plano de recuperação econômica superior a 118 bilhões de dólares (653 bilhões de reais), o que consequentemente depreciou o iene e elevou os rendimentos dos títulos públicos no Japão.

Takaichi defende a ampliação dos gastos públicos como forma de estimular o crescimento econômico. “O Japão não deve enfraquecer sua força nacional com políticas austeras excessivas, mas sim fortalecê-la por meio de uma política orçamentária ativa”, afirmou em coletiva recente.

Na semana anterior, o Banco Central do Japão elevou a taxa de juros para 0,75%, a primeira alta desde janeiro, alcançando o nível mais elevado em 30 anos, numa decisão unânime após a inflação permanecer estável em 3% em novembro, porém ainda acima da meta.

Sanae Takaichi, primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra no Japão, assumiu o governo em outubro com o compromisso de controlar a inflação, sucedendo Shigeru Ishiba, que ficou menos de um ano no cargo devido a resultados eleitorais insatisfatórios, impactados pelo aumento dos preços.

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