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Nigéria ajudou EUA em ataques contra grupo Estado Islâmico
Nigéria informou nesta sexta-feira (26) que forneceu dados aos Estados Unidos sobre integrantes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) antes dos bombardeios realizados no dia de Natal na região noroeste do país. O presidente americano, Donald Trump, qualificou as operações como “poderosas e eficazes”.
As Forças Armadas dos EUA efetuaram ataques aéreos contra o EI na Nigéria, após Washington alegar que os cristãos enfrentavam uma ameaça extrema semelhante a um genocídio – alegação que o governo nigeriano e especialistas independentes refutam firmemente.
O ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Yusuf Tuggar, comunicou em entrevista à ChannelsTV que o país “compartilhou informações com Washington”.
Tuggar mencionou ter conversado por telefone com o secretário de Estado, Marco Rubio. “Tivemos duas conversas. Uma durou 19 minutos antes do ataque, e outra, cinco minutos antes do início das operações”, explicou.
O chefe da diplomacia nigeriana ressaltou que o presidente Bola Tinubu autorizou os bombardeios americanos, afirmando que outras ações militares podem ocorrer.
“Estamos em processo contínuo, colaborando com os EUA e outras nações”, declarou.
Estes ataques marcaram a primeira ação militar dos EUA na Nigéria durante a administração Trump.
O comando militar americano na África anunciou no X que realizou o ataque “a pedido das autoridades nigerianas (no estado de Sokoto), resultando na morte de vários terroristas do EI”.
Donald Trump alertou que os extremistas sofreriam graves consequências caso não cessassem ataques contra cristãos, relatando que “várias operações de alta precisão foram conduzidas” no dia de Natal.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, elogiou no X a prontidão do Pentágono e agradeceu o suporte do governo da Nigéria.
Detalhes sobre o número de mortos ainda não foram divulgados. Fontes do Departamento de Defesa dos EUA divulgaram um vídeo mostrando o lançamento noturno de um míssil de um navio de guerra americano.
O Ministério das Relações Exteriores da Nigéria confirmou oficialmente os ataques aéreos precisos contra alvos terroristas no país.
Essas operações foram bem recebidas por alguns, mas criticadas por outros que acreditam que possam aumentar tensões religiosas no país mais populoso da África, que tem histórico de conflitos sectários.
Contexto Atual
Especialistas e o governo nigeriano discordam de enquadrar a violência local como perseguição religiosa, narrativa popularizada por grupos cristãos conservadores nos EUA e Europa.
Trump havia destacado uma suposta perseguição mundial aos cristãos e sinalizado prontidão para intervenções militares na Nigéria.
Em 2023, os EUA incluíram novamente a Nigéria em uma lista de países de “especial atenção” quanto à liberdade religiosa e restringiram a emissão de vistos para cidadãos nigerianos.
O país está geograficamente dividido: o norte tem maioria muçulmana e o sul uma grande população cristã.


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