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Bolsonaro anuncia Flávio como candidato à presidência em 2026
Em meio a resistência de aliados e líderes do Centrão, ex-presidente Jair Bolsonaro tornou oficial ontem, por meio de uma carta, a indicação do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como seu representante na disputa pela Presidência da República em 2026.
A carta foi lida pelo próprio Flávio em frente ao hospital DF Star, em Brasília, momentos antes da cirurgia do pai para correção de hérnia inguinal bilateral. No texto escrito de próprio punho, Bolsonaro afirma que a escolha por Flávio é ‘consciente e legítima’.
A cirurgia durou aproximadamente três horas e meia, sem intercorrências, e a recuperação estimada é de cinco a sete dias, sem previsão definida para alta até o momento.
A leitura da carta antecipou o apoio formal do ex-presidente a seu filho, em um período em que Flávio Bolsonaro enfrenta desafios para consolidar sua pré-candidatura. Na saída do hospital, ele declarou que a carta elimina dúvidas sobre sua candidatura e pediu união da direita em torno de seu nome.
“Para mim não muda nada, mas para quem ainda não acreditava, pode fazer diferença”, declarou o senador, ressaltando que o objetivo comum é impedir que o PT continue no poder.
No documento, Bolsonaro destaca que a escolha simboliza a continuidade do seu projeto político e reflete um ‘cenário de injustiça’, em referência à sua condenação judicial que o impede de concorrer nas próximas eleições.
“Confio o que há de mais valioso na vida de um pai: meu filho para cumprir a missão de resgatar o Brasil. Esta é uma decisão consciente, legítima e baseada na confiança dos que acreditaram em mim”, escreveu o ex-presidente.
Após a leitura, além de chamar aliados à unidade, Flávio mencionou o vereador Carlos Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, afirmando que todos estão focados na recuperação do patriarca para, depois, seguir com os planos políticos.
Flávio tenta superar resistências internas, apesar de pesquisas recentes indicarem maior popularidade entre nomes da direita. A entrevista marcada para anunciar sua candidatura foi adiada por razões de saúde do ex-presidente.
Antes da carta, Flávio já havia afirmado ser autorizado pelo pai para lançar sua candidatura, mas enfrentou críticas de aliados influentes como o pastor Silas Malafaia e líderes do Centrão, que sugerem outras lideranças para a chapa presidencial.
A escolha de Flávio também gerou discordâncias na família, especialmente da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tinha perspectivas próprias para a eleição. Ela esteve ao lado do marido durante o período hospitalar.
O vereador Carlos Bolsonaro, presente na cirurgia, relatou dificuldades por conta do intenso esquema de segurança, classificando-o como exagerado e constrangedor.
De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, a cirurgia foi bem-sucedida, sem necessidade de UTI, e Bolsonaro está em boa condição clínica, respondendo ao tratamento da equipe médica.
O ex-presidente foi internado com autorização do ministro do STF Alexandre de Moraes, após perícia apontar a necessidade do procedimento para tratar soluços persistentes, consequência da facada sofrida durante a campanha de 2018.
A operação consistiu na correção da parede abdominal e reposicionamento do conteúdo abdominal, com anestesia geral.
Os médicos explicaram que os soluços podem estar ligados a alterações digestivas, com tratamento medicamentoso intensificado e ajustes alimentares. Um possível procedimento adicional para bloquear o nervo frênico pode ocorrer nos próximos dias, dependendo da evolução clínica.
Exames complementares, como endoscopias, poderão ser realizados durante a internação, com o monitoramento contínuo dos especialistas.


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