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Trump e Zelensky se encontram na Flórida para discutir cessar-fogo com Rússia

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O presidente Volodimir Zelensky, da Ucrânia, tem marcada uma reunião para o próximo domingo na Flórida com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar de um acordo de cessar-fogo com a Rússia, informou Kiev nesta sexta-feira (26).

Trump está intensificando seus esforços, que já duram meses, para mediar o conflito mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Muitas pessoas perderam a vida, milhões foram forçadas a deixar suas casas, e vastas áreas do leste e do sul da Ucrânia foram destruídas desde a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.

O plano mais recente apresentado consiste em uma proposta de 20 pontos que congelaria as linhas de combate e permitiria que a Ucrânia retirasse suas tropas do leste, onde poderiam ser estabelecidas zonas desmilitarizadas, conforme detalhou Zelensky no início desta semana.

Esta é a declaração mais direta do líder ucraniano, que admitiu a possibilidade de fazer concessões territoriais como parte de uma proposta mais aceitável para Kiev, em comparação com a oferta inicial de 28 pontos apresentada pelos Estados Unidos no mês passado, que atendia a muitas das demandas principais da Rússia.

Até o momento, Moscou não respondeu oficialmente à última proposta, mas declarou que não aceitará a flexibilização de suas amplas exigências.

“Acreditamos que no domingo, na Flórida, teremos um encontro com o presidente Trump“, declarou Zelensky a jornalistas nesta sexta-feira. Posteriormente, seu gabinete confirmou que a reunião foi planejada para o domingo.

Temas Sensíveis: Território e Usina Nuclear

O plano inclui também uma série de acordos bilaterais entre Estados Unidos e Ucrânia, envolvendo garantias de segurança, reconstrução e economia.

“Vamos discutir esses documentos e as garantias de segurança”, disse Zelensky.

“Assuntos delicados, como o Donbass e a usina nuclear de Zaporizhzhia, também serão tratados”, acrescentou.

Zelensky explicou que ainda existem divergências entre Kiev e Washington sobre esses temas importantes. Os EUA pressionam para que a Ucrânia desocupe 20% da região leste de Donetsk que ainda controla, uma das principais exigências territoriais da Rússia.

Além disso, os Estados Unidos propuseram uma gestão conjunta entre EUA, Ucrânia e Rússia da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, atualmente sob controle russo.

Zelensky afirmou que somente aceitaria ceder território se isso fosse aprovado pelo povo ucraniano por meio de referendo e rejeitou a participação russa na administração da usina nuclear.

Acredita-se que a Ucrânia conseguiu algumas concessões na última proposta, que excluiu a necessidade de Kiev renunciar legalmente à intenção de ingressar na OTAN, além de remover cláusulas que reconheciam como russos os territórios ocupados desde 2014.

Na sexta-feira, o Kremlin informou que o assessor de política externa Yuri Ushakov conversou por telefone com autoridades americanas sobre as negociações, mas não divulgou mais detalhes ou uma posição oficial sobre a nova proposta.

Moscou, até agora, demonstra pouca disposição em ceder em suas exigências rígidas, que incluem a retirada completa da Ucrânia da região do Donbass e o fim dos esforços para ingresso na OTAN.

A Rússia também exige que não haja tropas de paz ocidentais na Ucrânia e impõe restrições políticas e militares que Kiev considera equivalentes a uma rendição.

Zelensky ressaltou que os negociadores ucranianos não mantêm contato direto com Moscou, que os Estados Unidos atuam como intermediários, e que esperam uma resposta russa oficial nos próximos dias.

“Tenho desconfiança se a Rússia realmente deseja parar a invasão. A Rússia frequentemente encontra motivos para evitar um acordo”, concluiu o presidente ucraniano.

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