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Sem repasse do GDF, escolas de samba propõem carnaval em abril

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Sem a garantia de recursos do governo, as escolas de samba do Distrito Federal falam em mudar o período dos desfiles de carnaval para abril. Segundo o GDF, o evento “pode ser comprometido” pela falta de dinheiro, mas ainda não há posição concreta.

“Poderá acontecer uma mudança desse carnaval para abril”, afirma o presidente da União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo do DF, Geomar Leite.

Segundo ele, a sugestão partiu do secretário de Turismo, Jaime Recena. Não conseguimos contato com a pasta na noite desta segunda (5) para confirmar a informação.

A proposta não é consensual entre os promotores da festa. O presidente da Liga dos Blocos de Rua Tradicionais, Gean de Souza, diz acreditar no depósito do financiamento público nas próximas semanas.

“A gente sabe que todo começo de governo é difícil, complicado, mas acredita que o governador vá realizar o carnaval de rua normalmente”, afirma. O projeto do grupo foi apresentado em dezembro, mas ainda não recebeu sinalização do GDF.

Dívida herdada
O projeto para o carnaval de 2015 foi aprovado em julho do ano passado e prevê o repasse de R$ 6,35 milhões para escolas de samba e blocos. A primeira parcela deveria ter sido entregue em outubro, mas três meses depois, nenhum dinheiro foi depositado.

A dívida é reconhecida pelo chefe da Casa Civil do DF, Hélio Doyle. Em entrevista nesta segunda (5), ele afirmou que a falta de verbas para a festa é uma possibilidade. “Há um cenário em que talvez não haja recursos para o carnaval, o que não quer dizer que já foi tomada esta decisão.”

O presidente do bloco de enredo de Águas Claras, Fabiano Leitão, afirma que a mão de obra para a confecção dos adereços foi “importada” do Rio de Janeiro. “Só na Gigantes da Colina, a gente já gastou por volta de R$ 120 mil.”

No barracão da Aruc, que abriga o trabalho de sete das 21 escolas da capital, a confecção de fantasias e alegorias começou em agosto. “A gente acorda todo dia 8h, vem pro barracão, às 3 da madrugada vai embora. O espetáculo não pode parar”, afirma o carnavalesco Fábio Santos.

Conta ‘zerada’
O governo do Distrito Federal divulgou nesta segunda-feira (5) documento que aponta um saldo de R$ 64,2 mil reais no caixa do governo. O número consta em um ofício enviado pelo Banco de Brasília (BRB) à Secretaria de Fazenda do DF e corresponde a todo o orçamento disponível para o pagamento de dívidas e investimentos, segundo o GDF.

No ofício, é descrito que a conta corrente está zerada. Os R$ 64.201,27 disponíveis estão divididos em dois fundos de investimento. Em nota enviada à imprensa, o GDF afirma que os números divulgados pelo antigo governo, que apontavam saldo de quase R$ 1 milhão no caixa, são resultado de uma “falsa interpretação”.

Contenção de gastos
No primeiro dia de mandato, o governador anunciou uma série de medidas para corte ou racionalização de gastos e a criação de um “grupo de governança” para monitorar despesas. Gastos com viagens, carros oficiais, combustíveis, prestação de serviços de terceiros, convênios, aluguéis de imóveis e equipamentos, cursos de servidores e contratação de obras vão ser restringidos pelos próximos 120 dias, de acordo com sete decretos publicados nesta sexta.

Em entrevista, o governador afirmou ter quatro desafios emergenciais: pagar em dia os salários dos servidores públicos, reabastecer as unidades de saúde com medicamentos, garantir que as escolas estejam preparadas para a retomada do ano letivo em fevereiro e repassar recursos para as empresas de ônibus, evitando novas greves.

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