Centro-Oeste
Célula confortável: veja a cela onde Silvinei ficará preso
Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi levado no sábado (27/12) ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (19º BPM), conhecido como Papudinha, em Brasília, para cumprir prisão preventiva.
A Papudinha fica dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, contando com uma área coberta de 54,76 metros quadrados, incluindo quarto, banheiro, lavanderia, cozinha, sala e uma área externa de 10,07 metros quadrados.
Embora a cela tenha capacidade para quatro pessoas, ela está atualmente ocupada apenas por Silvinei e pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
A unidade é equipada com geladeira, chuveiro com água quente, armários, cama de casal e televisão. São oferecidas cinco refeições diárias: café da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia.
Os detentos têm acesso a um posto de saúde com uma equipe multidisciplinar composta por dois médicos clínicos, três enfermeiros, dois dentistas, um assistente social, dois psicólogos, um fisioterapeuta, três técnicos de enfermagem, um psiquiatra e um farmacêutico.
Anderson Torres está preso no 19º BPM desde 25 de novembro. Esse núcleo de custódia é reservado exclusivamente para policiais militares e autoridades com prerrogativa de Estado-Maior.
Condenação
Silvinei foi condenado a mais de 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, e foi capturado no Paraguai na sexta-feira (26/12), enquanto tentava fugir para El Salvador.
Até então, ele não tinha mandado de prisão em aberto, mesmo já tendo sido condenado, aguardando o resultado da decisão do Supremo Tribunal Federal referente à tentativa de golpe.
Enquanto estava em liberdade, Silvinei estava proibido de deixar o país e monitorado por tornozeleira eletrônica. A tentativa de fuga fez com que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, decretasse a prisão preventiva dele. A chegada dele à Papudinha foi registrada em vídeo pelo Metrópoles.
Tentativa de fuga
Ele cumpria medidas cautelares em Santa Catarina, incluindo o uso da tornozeleira eletrônica e a proibição de sair do país.
Ao violar o dispositivo, alertas foram enviados às autoridades nacionais e internacionais.
Em solo paraguaio, Silvinei tentou embarcar com documentos falsificados rumo ao Panamá, tendo El Salvador como destino final.
Essa tentativa já estava sendo monitorada, com a Polícia Federal no Paraguai informando previamente a polícia local.
Silvinei foi detido na madrugada de sexta-feira (26/12) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, tentando embarcar num avião com passagem pelo Panamá e destino final El Salvador.
Investigadores apontam que ele portava um passaporte falso sob o nome de Julio Eduardo Fernandez para evitar os controles de imigração. A prisão foi efetuada por agentes paraguaios.
Transferência para o Brasil
Após a detenção no Paraguai, Silvinei foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu (PR) na noite de sexta-feira, sendo levado de carro de Ciudad del Este até a fronteira.
A transferência ocorreu por meio de expulsão sumária após acordo entre autoridades diplomáticas dos dois países. Sob custódia brasileira, Silvinei passou a noite em Foz do Iguaçu.
Ele decolou de Foz do Iguaçu por volta das 10h e chegou à capital federal às 13h15, sendo então encaminhado ao 19º BPM para cumprir a prisão preventiva determinada por Alexandre de Moraes.
Acusação
Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Silvinei Vasques fez parte do núcleo 2 da organização golpista e teria coordenado ações que dariam suporte ao plano de golpe de Estado.
Ele chegou a ser preso preventivamente em 9 de agosto de 2023, mas foi liberado em 8 de agosto por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.
As investigações indicam que Silvinei organizou bloqueios em rodovias no dia da eleição de 2022 para dificultar a votação em áreas eleitorais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era favorito. Essa ação foi classificada como crime de prevaricação e violência política.


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