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Crise de água preocupa Tarcísio antes da eleição
Assim como em 2014, quando o atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) buscava a reeleição ao governo de São Paulo, a possibilidade de uma crise hídrica pode complicar as eleições de 2026, quando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tentará a reeleição no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com reportagem do Metrópoles, o Sistema Cantareira, principal fonte de água da região metropolitana, começou este verão com 28% menos água em comparação com o mesmo período de 2013, que foi antes da crise hídrica que atingiu a Grande São Paulo em 2014, deixando o reservatório no volume mais baixo e forçando a Sabesp a implementar rodízios no fornecimento.
Esta é a pior abertura da estação das chuvas desde 2015, quando as represas ainda se recuperavam da seca. A quantidade de água entrando no sistema em dezembro é muito inferior ao esperado para a época — 21,12 m³/s, contra uma média histórica de 50,3 m³/s, ou seja, apenas 42% do previsto.
Alerta para uso consciente e possibilidade de rodízio
Diante deste cenário, o governo de Tarcísio não descarta instaurar um rodízio no abastecimento em 2027, semelhante ao ocorrido em 2015 após a reeleição de Alckmin, caso as chuvas entre janeiro e março não sejam suficientes para repor os mananciais.
Na quinta-feira (25/12), o governo do estado emitiu um comunicado alertando a população para reduzir imediatamente o consumo de água, pois houve aumento de 60% no gasto durante a recente onda de calor, agravando a situação dos mananciais.
A gestão estadual explicou que o crescimento no consumo ocorre em meio a uma das menores médias de chuva dos últimos anos, prolongando a estiagem e afetando a capacidade das represas que abastecem a Região Metropolitana.
“Por isso, o governo de São Paulo pede que a população use a água com consciência, tomando banhos rápidos e evitando desperdícios, além de não usar a água para fins não essenciais como encher piscinas ou lavar calçadas e veículos. O uso deve priorizar alimentação e higiene pessoal. A colaboração de todos é essencial para garantir o abastecimento regular”, declarou o governo.
Desde agosto, a administração de Tarcísio reduziu a pressão da água à noite na região metropolitana para preservar os reservatórios, economizando o equivalente a mais de 1,2 milhão de caixas d’água de 500 litros por dia, ou 50,4 mil caixas por hora.
Além disso, junto com a Sabesp, a gestão monitora os sistemas de abastecimento e realiza manobras para equilibrar a distribuição, incluindo apoio com caminhões-pipa em áreas específicas.
“O consumo consciente deve virar rotina, ainda mais nesse período de seca severa, pois as ações individuais influenciam na preservação dos níveis das represas que abastecem a Região Metropolitana”, destacou a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.
Contexto histórico da crise de 2014
Enquanto Geraldo Alckmin venceu no primeiro turno em 2014, a escassez de água e a necessidade de racionamento foram questões que desgastaram sua gestão durante a campanha.
Nesse pleito, o então candidato negava que houvesse um racionamento oficial, mesmo com o Sistema Cantareira operando em níveis críticos e quebrando recordes negativos.
Alckmin afirmava que as medidas adotadas, como bônus para economia e o uso da reserva técnica, seriam suficientes para garantir o abastecimento.
Para lidar com o problema, o governo fez uso de estratégias técnicas e de discurso, como reduzir a pressão da água, o que causava quedas no fornecimento por várias horas em bairros mais altos e distantes.
Em debate televisivo em setembro de 2014, ele declarou com firmeza que “não falta água” e “não faltará água” no estado. Contudo, no início de 2015, após a reeleição, admitiu que o estado já passava por um racionamento informal devido à redução da pressão da água.


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