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Trump rejeita Bolsonaro ao considerá-lo derrotado, diz ex-embaixador dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perdeu o interesse pelo ex-presidente Jair Bolsonaro após começar a vê-lo como um “derrotado”, afirmou o ex-embaixador americano John Feeley em entrevista à BBC News Brasil. De acordo com Feeley, quando Bolsonaro foi condenado e preso, Trump deixou de se preocupar com seu destino.
Feeley, que foi embaixador dos EUA no Panamá e atualmente é diretor executivo do Centro para a Integridade da Mídia das Américas (CMIA), deixou o governo americano em 2018, durante o primeiro mandato de Trump.
Segundo o ex-embaixador, Trump não tem um conhecimento profundo sobre a política brasileira e o ex-presidente Bolsonaro. “Posso quase garantir que ele não acorda pensando no Brasil”, disse Feeley. “Assim que Bolsonaro deixou de ser uma figura importante na política brasileira e o Estado de Direito e a Justiça democrática prevaleceram no Brasil, Trump simplesmente o ignorou.”
Para Feeley, a derrota judicial de Bolsonaro o fez ser visto como um “derrotado” aos olhos de Trump. “Donald Trump não tolera perdedores”, afirmou.
Feeley também acredita que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, teve pouca influência sobre as ações de Trump em relação a Bolsonaro. Segundo ele, Rubio não se importa muito com o Brasil. O que realmente convençou Trump foi o lobby feito pelo ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente.
Após a condenação de Bolsonaro e a decisão de Trump de recuar na imposição de tarifas ao Brasil, o presidente americano não admitiu erro — uma conduta habitual em sua vida, segundo Feeley.
O ex-embaixador acredita que a suspensão das tarifas não foi um resultado das negociações brasileiras, mas sim consequência do comportamento imprevisível de Trump. Na visão dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sorte com a desistência das sanções contra o Brasil.
“Eu recomendaria que Lula e outros líderes ficassem distantes da influência de Trump, na medida do possível, e permitissem que as relações econômicas, culturais e sociais continuassem normalmente até que os Estados Unidos retornem a um comportamento internacional mais estável e aceitável”, concluiu Feeley.


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