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EUA atacam porto usado pelo tráfico na Venezuela
Os Estados Unidos destruíram uma área de atracação de embarcações presumidamente empregada pelo tráfico de drogas na Venezuela, afirmou na segunda-feira (29) o presidente Donald Trump, em um possível primeiro ataque terrestre na campanha militar americana contra o narcotráfico na América Latina.
Washington intensificou recentemente a pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, acusado de liderar o suposto Cartel dos Soles. Durante encontro com o primeiro-ministro israelense em Mar-a-Lago, Trump confirmou a destruição do local de embarque de drogas.
“Houve uma grande explosão na área do porto onde carregam as embarcações com drogas”, disse Trump. “Destruímos todas as embarcações, e agora eliminamos a área, a área de implantação […] e ela não existe mais”, completou.
O presidente norte-americano não detalhou se a operação foi militar ou conduzida pela CIA, nem a localização exata do ataque, afirmando apenas que foi “ao longo da costa”.
Fontes informadas indicaram veículos da CNN e New York Times que a CIA realizou um ataque com drones contra uma instalação portuária.
As informações apontam que o alvo seria o grupo criminoso venezuelano ‘Tren de Aragua’, mas no local não havia ninguém durante a operação, que não causou vítimas, conforme noticiado pela imprensa dos EUA.
Indagado se havia retomado contato com Maduro após telefonema em novembro, Trump disse que conversaram “recentemente”, mas o diálogo não resultou em avanços significativos.
O presidente americano fez essas declarações ao comentar uma entrevista de rádio recente, em que reconheceu pela primeira vez um ataque terrestre contra cartéis da droga na Venezuela.
“Eles possuem uma grande instalação de onde saem os barcos”, disse Trump à emissora WABC, de Nova York, sem revelar detalhes sobre a localização.
O governo venezuelano não comentou oficialmente o ocorrido. O Pentágono redirecionou perguntas à Casa Branca, que inicialmente não respondeu.
Novo ataque no Pacífico
Nas últimas semanas, Trump anunciou que os EUA começariam ataques a alvos terrestres dos cartéis na América Latina, e esta pode ser a primeira ação.
Desde setembro, forças americanas realizaram vários ataques contra embarcações de traficantes no Caribe e Pacífico Oriental, resultando em mais de 100 mortes.
Na segunda-feira à noite, o Comando Sul dos EUA anunciou no X um novo ataque no Pacífico com duas mortes, elevando para pelo menos 107 os mortos na ofensiva.
O vídeo divulgado mostra um ataque letal cinético contra uma embarcação, com explosões e destroços em chamas.
O governo de Trump não apresentou provas das embarcações estarem envolvidas com drogas, suscitando debates sobre a legalidade das operações.
Especialistas em direito internacional e defensores dos direitos humanos afirmam que os ataques podem ser execuções extrajudiciais, acusação negada por Washington.
Além da destruição das lanchas, a administração também bloqueou navios petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, com apreensão de dois navios.
Washington acusa Caracas de utilizar a venda de petróleo para financiar narcoterrorismo, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.
A Venezuela nega envolvimento com tráfico e afirma que Trump busca derrubar Maduro para tomar as reservas petrolíferas do país, as maiores do mundo.
Especialistas indicam que o chamado “Cartel dos Soles” funciona mais como uma rede de corrupção permissiva que envolve atividades ilegais do que como uma organização de tráfico de drogas.


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